Após destituição de Mursi, EUA mantêm seu apoio militar ao Egito

Apesar do debate a respeito da legitimidade do governo interino do Egito, estabelecido após controverso afastamento do presidente Mohamed Mursi pelo Exército, os EUA mantêm o plano de entrega de quatro caças F-16 ao país árabe. Na semana passada, o Exército depôs o primeiro presidente egípcio democraticamente eleito. Adly Mansur, presidente do Supremo Tribunal Constitucional, assumiu o poder em caráter temporário.

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De acordo com a lei norte-americana, a ajuda do país teria de ser interrompida caso Washington determine que houve "golpe militar" no país, ou a perturbação da ordem democrática, como alguns governos classificam a medida do Exército. Apesar da transição política controversa, a Casa Branca e o Departamento de Estado reiteraram não ser do interesse da segurança nacional estadunidense interromper seu auxílio ao Egito.

Funcionários da administração ouvidos por agências de notícias afirmam que o governo decidiu prosseguir com a entrega, parte de um pacote de US$ 1,3 bilhão aprovado em 2010 que incluía 20 caças F-16. Oito dos aviões foram entregues em janeiro, e os quatro seguintes devem ser enviados nas próximas semanas. Os oito restantes podem chegar até o fim deste ano.

O Egito é um dos principais recipientes de ajuda dos EUA, recebendo cerca de US$ 1,5 bilhão por ano, a maioria destinados a gastos militares.

O país, um dos únicos do mundo árabe a ter relações com Israel, sempre foi visto como estratégico para as políticas norte-americanas para o Oriente Médio. 

Na segunda (8), ao menos 51 pessoas morreram durante repressão do Exército a manifestantes diante da Guarda Republicana, onde se acredita que Mursi esteja detido. Houve também episódios de violência no deserto do Sinai. Dezenas de membros da Irmandade Muçulmana estão detidos.

Há mandados de prisão para a liderança da organização, incluindo o chefe espiritual do grupo islâmico, Mohammed Badie.

Apesar da aparente perseguição política aos islamitas, o primeiro-ministro interino do Egito, Hazem el-Beblawi, repetiu que poderá considerar membros da Irmandade Muçulmana para o gabinete temporário do país.

Com informações da Folha de S.Paulo