EUA enviam navios à costa egípcia e premiê negocia novo gabinete

De acordo com declarações do comandante James Amos, da Marinha dos Estados Unidos, nesta quinta-feira (11), o seu país, em ação “preventiva”, enviou dois navios à costa do Mar Vermelho do Egito, depois de o Exército deste país ter destituído, na semana passada, o presidente Mohammed Mursi. A tensão política tem escalado desde a destituição, embora o premiê interino Hazem al-Beblawi tenha declarado, nesta sexta (12), que seu gabinete deve prestar juramento já na semana que vem.

Navio dos EUA - HispanTV

Ao rechaçar que os EUA pretendem intervir no Egito, o comandante estadunidense destacou que o seu país envia, habitualmente, navios da Marinha para a região de países em crise, com o fim de “proteger ou evacuar cidadãos norte-americanos”, ou “participar nos trabalhos de assistência humanitária”. Os dois navios formam parte de um grupo que patrulha a zona do Oriente Médio, desde o mês de maio.

Já nesta sexta, além do anúncio do premiê interino sobre a formação do seu gabinete, através de negociações previstas para o final de semana, também foram convocadas manifestações de simpatizantes e opositores do presidente deposto.

Para os partidários de Mursi e da sua Irmandade Muçulmana (grupo islâmico presente em cerca de 70 países, cujo braço político no Egito é o Partido Liberdade e Justiça), as manifestações têm como objetivo “restaurar a dignidade e a revolução” nesta primeira sexta-feira do Ramadã, mês sagrado para o Islã.

A Irmandade comprometeu-se a manter uma resistência pacífica contra a derrubada de Mursi da presidência, e para isso convocaram manifestações separadas na capital egípcia, Cairo.

Novo gabinete

O premiê interino Al-Beblawi começou nesta quarta (10) as consultas para a formação do gabinete que vai liderar durante o período de transição do governo egípcio, iniciado a partir da deposição de Mursi, no dia 3 de julho.

Entretanto, a Irmandade Muçulmana aceitará eleições presidenciais antecipadas, como prevê a declaração do Exército egípcio emitida nesta segunda (8), apenas se o presidente deposto volte ao poder, de acordo com o líder do grupo no Egito, Mohamed al-Beltagui.

“Podemos admitir a celebração de eleições presidenciais antecipadas, ou um referendo sobre a continuidade de Mursi [no governo], mas com base na legitimidade”, ou seja, “com a volta do presidente eleito, da Shura (Câmara Alta do Parlamento egípcio) e da Constituição”, atualmente suspensa.

O governo e o premiê interino Al-Beblawi já afirmaram a sua disposição em incluir membros da Irmandade Muçulmana no novo gabinete, mas o grupo disse que só aceita a oferta com a recondução de Mursi ao governo.

Com HispanTV