Chanceler iraniano pede a El Baradei unidade no Egito

O recém designado vice-presidente egípcio Mohamed El Baradei e o chanceler iraniano, Alí Akbar Salehi, conversaram neste sábado (13) sobre a situação no país norte-africano, informaram meios oficiais persas. O anúncio segue um contato similar ontem em referência a uma conversa entre Akbar Salehi e seu par egípcio, Mohamed Kamel Amr, após uma visita de várias horas do primeiro à Turquia, durante a qual falou sobre a crise após a derrubada do presidente Mohamed Morsi.

Akbar Salehi chamou "a participação de todos os partidos políticos e as elites no processo (…) que o país vive com o propósito de materializar os objetivos do povo egípcio e manter a unidade entre todos os coletivos", segundo o canal satelital persa HispanTV.

"O destino do Egito será decidido pelo próprio povo egípcio. A decisão e a vontade dos egípcios serão respeitadas por todo mundo", afirmou o titular iraniano.

Na sexta (12), a agência oficial IRNA divulgou uma síntese da conversa telefônica de Akbar Salehi com seu par egípcio, Kamel Amr, expressada nos mesmos termos.

El Baradei, vice-presidente do governo provisório egípcio a cargo das relações exteriores, "destacou a posição da República islâmica do Irã, ao mesmo tempo que defendeu a continuação dos laços bilaterais em assuntos regionais e pediu a ampliação dos laços com o Teerã".

Ambas as comunicações poderiam significar um reconhecimento tácito das novas autoridades egípcias, instaladas desde o dia 3 de julho quando o comando militar decidiu derrubar Morsi durante manifestações massivas em todo o país que pediam sua renúncia.

O Irã e o Egito realizam suas relações diplomáticas através de escritórios de interesses nas respectivas capitais, já que os laços formais foram rompidos pelo governo do derrocado ex-presidente Hosni Mubarak quando triunfou a revolução islâmica de 1979, que derrubou a monarquia do Xá Mohamed Reza Pahlevi.

No entanto, dezenas de milhares de apoiadores do presidente destituído estão concentrados em uma praça desta capital pedindo seu retorno e na sexta à noite realizaram uma marcha pacífica até o Ministério da Defesa, que terminou sem incidentes.

Do seu lado, os opositores de Morsi, que apoiam sua destituição, comemoraram ontem à noite um "iftar" (café da manhã islâmico) do Ramadã em frente ao palácio presidencial de Ittihadiya e na praça Tahrir, como demonstração de apoio às novas autoridades.

Fonte: Prensa Latina