"Globo deturpa realidade das ruas", avalia presidente do PCdoB-RJ

Para o presidente do PCdoB do Estado do Rio de Janeiro, João Batista Lemos, neste 11 de julho “os trabalhadores e as trabalhadoras responderam ao chamado das centrais”.

Sobre os confrontos, Batista afirma que “a ação neofascista para tumultuar a marcha não tirou o brilho das manifestações”. O presidente diz ainda que a grande mídia deturpou a realidade das ruas e saudou a combatividade da militância. “O PCdoB está de parabéns. Todos responderam ao chamado do partido.”

Bastante hostilizada durantes os acontecimentos de junho, a Rede Globo não teve coragem de descer do helicóptero para acompanhar a manifestação que saíu da Candelária e chegou até a Cinelândia, no centro da cidade do Rio, na quinta-feira (11). “No entanto, o que se viu, mais uma vez, o papel nocivo da Globo, que só mostrou a confusão e ainda entrou em contradição sobre o número de manifestantes no ato”, acusa Batista.

Isso porque, durante o protesto, a Polícia Militar informou o número de 10 mil participantes na manifestação. Na sexta-feira (12), o jornal O Globo divulgou o número de cinco mil. “Isso é um absurdo! A própria foto da matéria do jornal (página 5) mostra a avenida Rio Branco completamente tomada, o que significa que tinham 20 mil ou mais pessoas.” 

O comunista também criticou a diferenciação que o jornal fez entre sindicalistas e outros participantes dos atos. “A matéria ‘manifestantes x sindicalistas’ (na página 4) cria um antagonismo que nunca existiu. Quem participou da passeata deste 11 de julho também estava nas ruas durante os acontecimentos do mês passado.”

“Isso mostra uma cobertura voltada para os interesses da mídia golpista que busca a todo custo desgastar o governo da presidenta Dilma. Quem foi às ruas, na cidade do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, viu que a manifestação foi muito concreta e colocou de forma clara a luta pelas reformas estruturais e o aprofundamento das mudanças iniciadas no governo Lula.”

Para Batista, a adesão às mobilizações e paralisações incomodou a mídia. “Fato é que o tamanho do protesto do Rio foi surprendente. Isso mostrou a força da unidade das centrais e dos movimentos sociais. Assim como atendeu ao chamado das ruas, a presidenta Dilma também ouviu a pauta de reivindicações da classe trabalhadora neste Dia Nacional de Lutas,” analisa.

Ato exitoso, apesar da violência

Em relação aos mais de 30 manifestantes que foram presos e a atuação da polícia na noite de quinta-feira (11), Batista diz que é preciso repensar a organização das mobilizações. “A gente percebe que a polícia não está preparada para manter a segurança de um ato pacífico como foi o das centrais. O comitê de organização das próximas mobilizações deve tirar lições desse processo para estar muito mais organizado, para que a mobilização tenha começo, meio e fim, o que é muito 
importante.”

Sobre o pedido de impeachment do governador do Estado, Sérgio Cabral, em tramitação na Assembleia Legislativa e presente na manifestação, Batista avalia “que as contradições que existem em nível nacional também estão estourando, com mais força, no Palácio Guanabara, o que mostra que o governo do Rio também precisa avançar nas mudanças”. 

Por fim, Batista comemora a ação do partido no Dia Nacional de Lutas. “A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil [CTB-RJ] se destacou nas mobilizações como a entidade que mais realizou paralisações, assembleias e atos por todo o estado. A presença da União da Juventude Socialista [UJS] também engrossou a manifestação e o papel da juventude na luta. Como também 
a presença da nossa deputada federal Jandira Fegalli, e a enfermeira Rejane Deputada Estadual. Nós fizemos bonito na marcha todos estão de parabéns.”

Carla Santos
Do Vermelho do Rio de Janeiro