Violência no Sinai não reflete postura palestina, diz Autoridade

A liderança palestina condenou, neste sábado (13), qualquer tentativa de “grupos terroristas” de violarem a soberania do Egito, especialmente no deserto do Sinai, onde o Exército egípcio tem combatido grupos armados com frequência. Na madrugada desta segunda-feira (15), ao menos três pessoas morreram e outras 17 ficaram feridas em um ataque de militantes contra um ônibus na região, de acordo com fontes egípcias.

Exército Egito Sinai - Reuter/Stringer

Na declaração, a Autoridade Palestina disse que a violação do direito internacional e das regras por qualquer indivíduo ou grupo é o mesmo que ir contra a opinião pública de todos os palestinos.

A liderança palestina havia conduzido uma reunião na sede da Presidência, em Ramallah (Cisjordânia), e pediu a reabertura do arquivo de reconciliação, que deve ser mantido longe dos eventos que se desenrolam na região.

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Segundo fontes da segurança egípcia, o incidente desta segunda teve lugar no norte do Sinai, que faz fronteira com a Faixa de Gaza, quando homens armados abriram fogo contra o veículo que transportava trabalhadores de uma fábrica de cimento.

A escalada deste tipo de agressões ocorre após o Exército do Egito ter destituído o presidente Mohammed Mursi, no passado 3 de julho, da Irmandade Muçulmana, e os ataques são atribuídos a “grupos islamistas radicais” que se refugiam no Sinai, integrados também por indivíduos palestinos, segundo egípcios e israelenses.

Ao menos 13 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas desde a destituição de Mursi nos assaltos quase diários dos militantes contra postos de controle e outros alvos, no Sinai, embora esses ataques não sejam recentes.

Enquanto ainda exercia a presidência, Mursi também já havia conduzido operações de destruição de túneis entre a Faixa de Gaza e o Sinai, alegando que as passagens serviam ao transporte de armamentos por “terroristas”, embora já seja comprovado que os túneis servem principalmente para o transporte de bens de consumo básico (como alimentos e material médico e de construção) para os habitantes do território, bloqueado militarmente por Israel desde 2007.

Além disso, na semana passada o Egito e Israel concordaram em suspender os Acordos de Paz de Camp David, assinados em 1978, para permitir que o Exército egípcio deslocasse tropas pela Península do Sinai. A suspensão do acordo contou com a anuência dos Estados Unidos (que mediaram as negociações para a sua assinatura), para apoiar o “combate ao terrorismo”.

Com agências,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho