Líbano: Confronto e ataque na fronteira expandem conflito sírio

Militantes extremistas que atuam em grupos armados na Síria lançaram dois foguetes contra um vilarejo libanês na madrugada desta sexta-feira (19), em uma região do norte, na fronteira. A cidade de Sidon, no litoral sul do Líbano, também tem sido alvo da violência, com a atuação de um grupo islamita radical que já admitiu enviar militantes à Síria para combater o governo do presidente Bashar Al-Assad. Nesta semana, o Exército sírio deteve ao menos 13 mercenários estrangeiros no país.

Xeique salafista Ahmad Al Assir - AFP/STR

Os ataques na fronteira entre o Líbano e a Síria e os enfrentamentos entre partidários e opositores do presidente sírio deterioraram consideravelmente a situação da segurança no Líbano.

O secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon e o enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, exigiram respeito ao Exército libanês que combate dos grupos armados em seu território, e assegurou que a violência produzida na cidade de Sidon está relacionada com o conflito na Síria.

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Nos últimos dois anos, a ONU vem alertando para o risco de que os distúrbios na Síria se espalhem pelos países vizinhos, como já evidente no Líbano.

Ahmad Al-Asir, um xeique sunita radical, islamita, por exemplo, com a sua chamada Brigada de Resistência Livre, converteu-se no principal opositor do movimento de resistência islâmica e partido libanês Hezbolá (xiita), que a pedido do governo sírio tem apoiado o Exército da Síria no combate a grupos rebeldes no país.

Em seus últimos ataques ao Exército libanês, em Sidon, o grupo de Al-Asir matou ao menos 16 militares e feriu dezenas de pessoas. A sua emersão tem sido associada à intensificação do sectarismo no conflito na Síria, tomando dimensões regionais.

Além disso, segundo a emissora libanesa Al-Manar, gerida pelo Hezbolá, confrontos entre a Frente Al-Nusra (islamita radical) e o chamado Exército Livre Sírio estão escalando dramaticamente, o que levou vários observadores a esperar a eclosão de uma guerra de larga escala em breve entre eles.

De acordo com Al-Manar, a situação causou "desapontamento" em alguns países árabes e ocidentais (envolvidos com o apoio aos grupos armados que combatem as forças oficiais da Síria contra o governo), "já traumatizados pelos recentes sucessos das forças do Governo Sírio".

Com agências,
Da redação do Vermelho