Líder do Hezbolá denuncia "cumplicidade" europeia com Israel

“A União Europeia (UE) é cúmplice do regime israelense contra o Líbano”, declarou nesta quarta-feira (24) o secretário-geral do Movimento de Resistência Islâmica do Líbano e partido político Hezbolá, Sayed Hassan Nasrallah, ao referir-se à medida adotada pela UE para incluir a “ala militar” do movimento em sua lista de organizações terroristas.

Hassan Nasrallah - Hezbolá - Al-Manar

Durante o seu discurso, por ocasião da cerimônia anual celebrada pelo Comitê das Mulheres da Associação de Apoio à Resistência Islâmica do Hezbolá, Nasrallah disse que a resistência tem a sua própria presença e influência nas equações regionais, e tem sempre preocupações regionais, libanesas, árabes e internacionais.

"Interesses positivos [vêm] daqueles que acreditam na resistência e penduram suas esperanças nela e a consideram uma fonte de orgulho, e interesses negativos, daqueles que a consideram uma fonte de ameaça contra a sua ocupação e a sua hegemonia", declarou.

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Ao sublinhar que a resistência sempre contou com o apoio do povo, Nasrallah assinalou que a decisão do bloco europeu não a surpreendeu; além disso, não afeta o moral dos combatentes da resistência, e foi adotada sob a pressão dos Estados Unidos e do regime israelense.

“Estes Estados [europeus] fazem-se plenamente responsáveis por qualquer ataque israelense contra o Líbano, contra a resistência libanesa ou contra qualquer outro alvo desta resistência”, expressou Nasrallah em um discurso televisionado em Beirute, capital libanesa.

Além disso, assegurou que a decisão europeia não logrará qualquer resultado, e instou aos membros da UE a “revisar o erro cometido”.

“Não sinto em absoluto que esta medida seja uma decisão soberana da Europa. Foi ditada aos europeus”, disse, assinalando que “os israelenses estão por trás dessa decisão, ou a fizeram eles próprios. Os Estados Unidos estão com eles” inteiramente.

Finalmente, agradeceu a todos os partidos e grupos que condenaram esta medida do bloco europeu, uma decisão contrária ao povo e ao governo libanês, do qual o Hezbolá faz parte importante.

Ainda assim, diversos analistas já manifestaram a inutilidade da medida, uma vez que se direciona ao congelamento de bens e à suspensão de vistos dos membros do que denominou “braço militar” do Hezbolá na Europa, mas que grande parte deles já se manifestou afirmando não possuir imóveis ou outras propriedades naquele continente.

Além disso, também foi ressaltado como um desafio burocrático e procedimental para a UE a designação dos membros deste “braço” e os do “braço político”.

Com agências,
Da redação do Vermelho