Mais da metade dos isralenses votaria a favor de um plano de paz

O jornal Ha’aretz, de Israel, divulgou uma pesquisa, nesta quarta-feira (24), sobre o apoio de 55% dos israelenses entrevistados a um acordo de paz a ser alcançado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu com os palestinos, no contexto de uma iminente retomada das negociações ainda pendente de esclarecimentos. O premiê afirmou neste domingo (21) que submeteria um possível acordo ao referendo.

caso Netanyahu - Haaretz

Segundo a pesquisa, 25% dos israelenses se oporiam à proposta e 20% ainda se consideram indecisos, o que pode ser explicado pelas mensagens difusas que vêm recebendo através dos discursos políticos de integrantes da coalizão governamental.

Há meses discussões sobre uma posição oficial vêm sendo mantidas em tons completamente divergentes entre os diferentes partidos, desde os centrais até os mais à direita, entre os quais se inserem grupos defensores dos colonos israelenses na Cisjordânia, território palestino.

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A sondagem do Instituto Dialog, sob a supervisão da Universidade de Tel Aviv, foi realizada com 511 pessoas, de uma população de quase oito milhões (em 1967, quando da Guerra dos Seis Dias, eram 2,7 milhões, e a partir de então deu-se a ocupação dos territórios árabes, com a convocatória para a recepção de mais imigrantes judeus).

Após a sexta viagem à região, na semana passada, o secretário de Estado norte-americano John Kerry anunciou um acordo para a retomada das negociações de paz entre palestinos e israelenses, congeladas há três anos.

Um porta-voz da Casa Branca disse na segunda-feira (22) que Kerry discutiu a retomada das negociações para “as próximas semanas" em Washington, mas expressou "otimismo cauteloso" sobre as possibilidades de sucesso deste novo processo.

Netanyahu reiterou neste domingo (21) a intenção de submeter a referendo qualquer acordo que possa ser alcançado com os palestinos, mas o ministro da Economia Naftali Bennett, do partido Lar Judeu, representante dos colonos, exigiu que um referendo fosse realizado ainda antes, com a proposta das negociações, e ameaçou desestabilizar o governo com o veto ao orçamento do Estado caso isso não ocorresse.

Com agências,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho