Lobby israelense rechaça libertação de prisioneiros palestinos

No Parlamento israelense (Knesset), o lobby "Terra de Israel" opôs-se nesta quarta-feira (24) à possibilidade de libertação de prisioneiros palestinos, que havia sido mencionada pela equipe negociadora que deve retomar as conversações com a Autoridade Palestina, através da mediação dos Estados Unidos. No sábado (20), a equipe havia anunciado a possibilidade de libertação de 82 prisioneiros, “como um gesto de boa vontade”.

Protesto pelos prisioneiros palestinos - Haaretz

Logo após o anúncio de um acordo (sem detalhes fundamentais) para a retomada das negociações, feito pelo secretário de Estado norte-americano John Kerry, o lobby, ou grupo de pressão no Parlamento pela “Terra de Israel” rechaçou também o cessar das construções de colônias nos territórios palestinos.

Ambas são posições firmes dos palestinos para a retomada das negociações, assim como o reconhecimento das fronteiras pré-1967 (ou seja, da Guerra dos Seis Dias, quando Israel passou a ocupar cada vez mais territórios árabes) para o Estado da Palestina independente.

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“Aceitar a liberdade dos presos palestinos contravém os princípios israelenses de entrar nas negociações sem precondições”, disse Yariv Levin, chefe do mencionado lobby e representante do partido Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Na véspera da retomada das conversações de paz israelense-palestina, o regime israelense havia comunicado a decisão de libertar “um número limitado” de prisioneiros (que chegou a ser contabilizado como 82 pessoas, pelo jornal israelense Ha’aretz), entre os quais estão alguns detidos há quase 30 anos nas prisões de Israel.

Na quinta-feira passada (18), o presidente palestino Mahmoud Abbas, durante encontro com Kerry, na Jordânia, pediu a libertação total dos prisioneiros como passo inicial para a retomada das conversações com Israel.

Segundo o grupo israelense de defesa dos direitos humanos, B’Tselem, 4713 palestinos, inclusive mulheres e crianças, estão detidos em Israel, e 169 deles estão em detenção administrativa, um dispositivo legal que permite às forças de segurança manter prisioneiros sem acusação e sem julgamento, por períodos indefinitivamente renováveis de seis meses.

Apesar das críticas e condenações de várias organizações internacionais, os prisioneiros palestinos não conseguem fazer valer direitos básicos, entre os quais a atenção jurídica e a médica têm sido destacadas.

Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho