Secretário-geral da OLP diz que Israel deve esclarecer posições

Abed Rabbo disse que, uma vez que estas questões estiverem resolvidas, deverão tornar-se obrigatórias aos dois lados, antes de as negociações realmente começarem, “em casa”.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, estendeu formalmente o convite, neste domingo (28), ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, para enviarem seus negociadores sêniores a Washington “para retomarem formalmente as negociações diretas e de status final”, segundo a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jennifer Psaki.

O embaixador estadunidense na Jordânia entregou a Abbas o convite, na capital jordaniana, Amã, que Abed Rabbo disse não ter incluído qualquer declaração política.

Abbas também recebeu uma chamada telefônica de Kerry, que disse que o primeiro encontro entre os negociadores palestinos e israelenses buscará “desenvolver um plano de trabalho procedimental para as duas partes avançarem nas negociações, nos próximos meses”, de acordo com o porta-voz presidencial, Nabil Abu Rudeineh.

A equipe palestina, que será composta por Saeb Erekat e Mohammad Shtayyeh, deve encontrar-se com a sua contraparte israelense, representada pela ministra da Justiça israelense, Tzipi Livni, e Yitzhak Molcho, na noite desta segunda, em Washington, e continuar a reunião nesta terça.

Abed Rabbo disse que as conversações em Washington devem resolver a questão dos termos de referência para as negociações, que os palestinos afirmaram que deverão ser baseadas nas fronteiras de 1967, ou seja, como conhecidas antes da ocupação gradual de territórios palestinos por Israel (a partir da Guerra dos Seis Dias, naquele ano).

O oficial palestino disse que as conversações devem remover as ambiguidades relacionadas à decisão tomada por Israel, no domingo (28), para a libertação de 104 prisioneiros detidos ainda antes da assinatura dos Acordos de Oslo, em 1993.

Ele afirmou ainda que a decisão do gabinete israelense para a aprovação da libertação não foi clara, frente às afirmações de que os prisioneiros palestinos provenientes da própria Israel não estarão entre aqueles libertados, e que esta liberação, a ser realizada em quatro estágios, será contingente ao progresso das negociações.

“Absolutamente ninguém pode ser excluído”, disse Rabbo, que também criticou as conversações bilaterais entre Israel e os Estados Unidos sobre segurança, excluindo os palestinos, e sugeriu que esta questão, descrita por ele como um erro, seja corrigida.

Enquanto as negociações devem discutir questões das fronteiras e da segurança, disse Abed Rabbo, elas também focarão em outras matérias relacionadas com um “status permanente”, como as colônias judias em territórios palestinos, os refugiados, Jerusalém, os recursos aquíferos e outras questões estruturais.

Com informações da agência palestina de notícias, Wafa.