Setor de empregados domésticos volta a crescer

Em junho, no Distrito Federal, houve crescimento de 2,6% deste setor. Em maio eram 76 mil empregados e agora o quantitativo saltou para 78 mil. Os dados fazem parte da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

Este aumento vem depois de dois meses de queda nas contratações. A Secretaria de Trabalho destacou que a causa disso não se resume ao receio dos empregadores quanto à PEC das Domésticas. “Percebemos que ao longo dos meses o setor vem apresentando queda, acredito que muito se deve ao trabalho de qualificação que temos feito, é um reflexo da realocação dos empregados que têm se qualificado mais”, comenta o porta-voz da pasta, Marcos Barbosa.

Na avaliação do presidente da Codeplan, Júlio Miragaya, ainda não dá para falar em uma recuperação da categoria. “Acredito ser uma acomodação do mercado. No primeiro trimestre deste ano houve uma estagnação no número de contratação, em seguida, em abril e maio, apresentou queda e agora essa elevação pode significar uma sazonalidade do setor”, relata.

Mesmo diante da elevação do setor no mês de junho, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), nos últimos cinco anos no DF foram perdidos 20 mil postos de trabalho na categoria. “Somente observando os dados ainda não é possível saber se esses postos gerados foram preenchidos por empregadas domésticas”, explica a coordenadora do Dieese, Adalgiza Lara Amaral. Na categoria de empregado doméstico está incluso aquele que presta serviços à pessoa ou à família no âmbito residencial, como cuidadores de idosos, motoristas, diaristas e empregadas domésticas.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos, Antônio Barros, a elevação do mercado se deve ao fato da PEC ainda não estar sendo cumprida. “A única coisa que os patrões estão fazendo valer é a jornada de 44 horas. Entretanto, isto já vinha sendo feito”.

O gerente de Base de Dados da Codeplan, Jusçânio Umbelino, apontou chances de recuperação dos empregados domésticos. “O aumento não significa que se recuperou. Sabemos que existia uma precariedade no setor, entretanto, com a lei agora há um atrativo, o rendimento está aumentando e a tendência é de crescer ainda mais”.

A Taxa de Desemprego Total no DF apresentou relativa estabilidade ao passar de 12,2%, em maio, para 12,1%, em junho. Esta é a menor taxa de desemprego para o mês de junho desde 1992. A razão está na geração de 11 mil postos de trabalho, número superior ao de pessoas que passaram a fazer parte da População Economicamente Ativa – nove mil pessoas. Com isto, a população desempregada em junho deste ano foi estimada em 176 mil pessoas, mil a menos do que no mês anterior.

Segundo a PED, houve aumento de postos de trabalho nos setores da Indústria de Transformação (9,3%), no setor da Construção (5,1%), no setor de Serviços (1,1%) e, em menor intensidade no subsetor de Administração Pública, Defesa e Seguridade Social (1,0%). Por outro lado, registrou-se redução no setor Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-2,4%).

Outro destaque é para o tempo médio de procura por trabalho pelos desempregados. Reduziu de 42 semanas, em junho de 2012, para 40 semanas em junho de 2013.

No Brasil

A taxa de desemprego no conjunto das sete regiões onde a Fundação Seade e o Dieese realizam a PED caiu de 11,2% em maio para 10,9% em junho. O nível de ocupação apresentou ligeira alta, de 0,4%, com a criação de 71 mil postos de trabalho. Entre os setores avaliados, o nível ocupacional avançou na Indústria de Transformação (0,9%), no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (0,6%), na Construção (0,3%) e nos Serviços (0,3%). O rendimento médio real teve alta de 0,7% em maio ante abril.