Ceará: Ciclo de debates discute teses do 13º Congresso do PCdoB

Os Comitês Estadual e Municipal de Fortaleza deram continuidade ao ciclo de debate que aprofunda as discussões das teses apresentadas para o 13º Congresso do PCdoB. No encontro que aconteceu na noite desta quinta-feira (01/08), os temas centrais foram a participação do Partido nos 10 anos dos Governos Lula/Dilma e a importância dos quadros comunistas neste cenário.

Quadros, representantes de diversos setores dos movimentos sociais e filiados participaram do encontro que está aprofundando as teses do 13º Congresso do PCdoB. Os debatedores foram Abel Rodrigues, Secretário Estadual de Organização; e Viviane Rodrigues, membro do Departamento Estadual de Quadros.

A primeira parte do documento proposto pelo Comitê Central, tema discutido nesta etapa do ciclo de debate, trata do balanço dos dez anos dos governos progressistas de Lula e Dilma, das perspectivas para o Brasil e do crescimento do PCdoB neste período. “O outro ponto do documento fala sobre a crise na estrutura do capitalismo no mundo em transição e da nova luta pelo socialismo, da qual o PCdoB é força indispensável neste processo”, informa Abel Rodrigues.

O dirigente comunista pontuou sobre a posição do PCdoB durante os dez anos de governos progressistas no Brasil e relembrou episódios em que o Partido atuou de forma determinante ao longo da última década. “Fomos o único Partido a apoiar Lula em todas as suas candidaturas, desde 1989. E nosso apoio tem continuado no governo da presidenta Dilma”, ratifica.

Em 2003, o PCdoB realizou sua 9º Conferência Nacional com objetivo de discutir o novo cenário brasileiro, após a eleição de Lula. “Discutimos se a gente iria ou não fazer parte do Governo. Aceitamos e contribuímos com ideias e efetiva participação”. Em 2005, relembra Abel, o Partido exerceu papel importante na grande crise que abalou o governo do presidente Lula. “Durante o nosso 11º Congresso, o PCdoB discutiu as vitórias alcançadas durante os três anos do governo Lula e ratificamos nosso apoio ao presidente. Também apontamos dificuldades, que classificamos na época como ‘transição contraditória e limitada’”.

Rodrigues relembra que, em 2006, a reeleição de Lula abriu uma nova correlação de forças e o PCdoB passa a propor mais audácia na política macroeconômica e lidera a criação de bloco de esquerda na Câmara dos Deputados. Durante o 12º Congresso do PCdoB, em 2009, o Partido avaliou o segundo governo Lula, que deu passos mais largos na realização de um projeto nacional de desenvolvimento. “Garantimos avanços com conquistas dos trabalhadores”, recorda Rodrigues.

“Em 2011, com Dilma, defendemos uma nova arrancada no projeto de desenvolvimento para o país, apesar da crise. Sabemos que ela enfrenta novos desafios, não só na economia, mas também na política ao buscar manter a ampla base de apoio ao governo”, avalia.

Em 2013, acrescenta, com as recentes manifestações populares, o PCdoB apoia o governo Dilma e defende o avanço nas mudanças. “As manifestações de junho confirmam o anseio da sociedade por mais democracia e participação popular. Elas fazem parte do legado desse período de avanços no país, de conquistas. O povo luta por mais melhorias”, ratifica.

Desafios

Abel Rodrigues considera que o crescimento do PCdoB e o atual momento em que o Brasil vive requer mais atenção dos comunistas. “Nossa referência é a construção do socialismo e o caminho para isso é o projeto nacional de desenvolvimento. Ao longo desses 91 anos de história, aprendemos muito a ponto de passar nossa experiência para outros partidos. Precisamos agir no curso concreto da luta política, atuando no leito da luta de classes que se apresenta no dia a dia. O PCdoB que queremos construir é um Partido de classe, popular e de massa, de quadros e militantes regidos pelo centralismo democrático”, defende.

O secretário estadual de organização citou ainda outros desafios a serem discutidos durante este processo de congresso, como a participação na frente institucional, na conquista de instâncias de poder; na frente social a participação ativa na mobilização dos movimentos sociais; e ainda expandir e “reavivar o espírito militante, organizando os filiados desde as bases”. “Vivemos um momento rico, de perspectivas, muitas potencialidades e desafios. O PCdoB deve ratificar sua característica de Partido combativo, unido, imerso na luta política e social, apto a lutar pela hegemonia de seu projeto programático”.

Viviane Rodrigues, membro do Departamento de Quadros do Comitê Estadual do PCdoB-CE, destaca o período rico de oportunidades para o Partido, momento em que o conjunto partidário discute aprofundadamente teses propostas pelo Comitê Central. A comunista acredita que este é o momento para avançar na política de quadros. “Há alguns anos, o Partido vem colocando os quadros de forma protagonista, dando a eles novos parâmetros e propondo que cada militante deve ser aproveitado em suas potencialidades”.

“É neste momento que vislumbramos a expansão das nossas fileiras e a elevação da vida política do Partido. Este cenário em que vivemos exige um Partido organizado desde as bases, com atuação efetiva de todos. O PCdoB precisa ser do tamanho das nossas ideias”, ratifica.

Para isso, acrescenta Viviane, “é necessário que cada quadro assuma seu papel nesta construção partidária”. “A partir do momento que cada um compreender que a estruturação partidária é tarefa de todos, seremos mais fortes nas diversas frentes e teremos ainda mais braços para garantir nossa acumulação de forças”.

Mais

A Conferência Estadual será nos dias 12 e 13 de outubro, em Fortaleza e a plenária final do Congresso entre os dias 13 e 16 de novembro, em São Paulo.

De Fortaleza,
Carolina Campos