Estados Unidos e europeus alertam para "ameaça" no Iêmen

Os Estados Unidos advertiram os seus cidadãos, nesta terça-feira (6), para que deixem “imediatamente” o Iêmen, devido ao nível “extremamente elevado de ameaças". Foi também ordenada a evacuação da embaixada e “a partida do pessoal governamental norte-americano não essencial” no país da Península Arábica. O Reino Unido, a França e a Alemanha também emitiram um alerta e fecharam as suas embaixadas.

Embaixada dos EUA no Iêmen - Mohammed Huwais / AFP

O Reino Unido, que tinha anunciado na segunda-feira (4) o encerramento da embaixada até ao fim do mês, retirou da sua representação todos os funcionários, devido a "inquietação crescente quando à sua segurança", informou o Ministério dos Assuntos Estrangeiros, em Londres.

O apelo aos norte-americanos para deixarem o país acontece após a decisão, tomada na semana passada pela administração de Washington, de encerrar embaixadas e consulados norte-americanos no Oriente Médio e na África, devido a ameaças da Al-Qaida contra alvos norte-americanos, segundo o Departamento de Estado. As representações estarão fechadas pelo menos até o fim da semana.

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O Departamento de Estado divulgou um comunicado em que “encoraja os cidadãos norte-americanos a adiarem viagens para o Iêmen e os cidadãos norte-americanos que vivem no Iêmen a partir imediatamente”.

O correspondente da emissora birtânica BBC na capital do Iêmen, Sanaa, conta que a cidade está sob medidas de segurança sem precedentes, com centenas de veículos militares blindados protegendo o palácio presidencial, embaixadas ocidentais e infraestruturas vitais.

Uma fonte dos serviços secretos do Iêmen disse à estação inglesa que nos últimos dias chegaram a Sanaa dezenas de membros da Al-Qaida, com o objectivo de desencadearam ações como explosões e ataques-suicidas.

Para além dos Estados Unidos, que encerraram nos últimos dias mais de duas dezenas de representações diplomáticas no Oriente Médio e na África, também o Reino Unido, Alemanha e França fecharam as suas embaixadas no Iêmen. O governo de Londres alertou também para o risco de viajar para aquele o país.

"ordem para ataques"

Depois de ter noticiado, na sexta-feira, que foi a intercepção de comunicações eletrônicas entre responsáveis da Al-Qaida (envolvendo o líder, Ayman al-Zawahri) que levou os Estados Unidos a emitirem o alerta global e a decidirem encerrar as embaixadas, o New York Times revelou dados mais concretos.

Segundo fontes oficiais contactadas pelo jornal norte-americano, Zawahri teria ordenado a Naser al-Wuhayshi, chefe da Al-Qaida na Península Arábica, e identificado como o segundo líder da organização, para fazer ataques. O passado domingo teria sido explicitamente mencionado como o dia para realizar essas ações.

O aviso dos Estados Unidos aos seus cidadãos para deixarem o Iêmen ocorreu horas depois de ser conhecido mais um ataque de drones (aviões não tripulados) que matou quatro supostos membros da Al-Qaida no país, nesta terça (6), embora se desconheça se há relação entre os fatos.

Segundo a AFP, um dos mortos é Saleh al-Tais al-Waili, o primeiro de uma lista de 25 pessoas procuradas por pertencerem a Al-Qaida, divulgada na noite de segunda-feira pelo ministério iemenita da Defesa. Essas pessoas, acrescentou, "planejaram ataques terroristas" para estes dias.

O ataque desta terça-feira é o quarto contra alegados membros da Al-Qaida no Iêmen desde 28 de julho e, no total, já causaram 17 mortos.

Com informações do Público