Governo do Iêmen afirma ter impedido ataque da rede Al-Qaeda

O Iêmen afirma ter frustrado uma conspiração da Al-Qaeda para fazer explodir oleodutos e conquistar o controle de alguns dos principais portos do país, que fica no sul da Península Arábica. Nesta quarta-feira (7), mm novo ataque com um avião não tripulado, ou drone (o quinto em menos de duas semanas), matou pelo menos seis pessoas, alegadamente suspeitos membros da Al-Qaeda.

Iêmen - Mohammed Huwais/AFP

Testemunhas ouvidas pela agência Reuters dizem que o avião não tripulado disparou seis mísseis contra duas viaturas numa área remota da província de Shabwa, uma das zonas que os iemitas dizem fazer parte do plano agora travado.

A segurança continua muito apertada no Iêmen, de onde os Estados Unidos e o Reino Unido retiraram o seu pessoal diplomático. Segundo descreve a BBC, as medidas de segurança em Sanaa, a capital, não têm precedentes, com centenas de blindados colocados na cidade e tanques e tropas em redor das sedes do Governo, do aeroporto e das representações internacionais.

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De acordo com o jornal The New York Times, o encerramento da embaixada e dos consulados norte-americanos no país deve-se à intercepção (ou "espionagem") de conversas telefônicas, que teriam captado a conversa entre dois dirigentes da Al-Qaeda, o líder Ayman al-Zawahiri, e o chefe do grupo no Iêmen, Nasser al-Wuhayshi.

“Houve tentativas para controlar cidades chave como Mukala [um importante porto] e Bawzeer”, disse à emissora britânica Rajeb Badi, porta-voz do Governo iemenita. “Isto seria coordenado com ataques de membros da Al-Qaeda a instalações de gás em Shabwa e com a explosão do gasoduto na cidade de Belhaf [um porto industrial].”

Quando tudo estivesse pronto, explicou Badi, membros da Al-Qaeda vestidos com fardas militares e colocados junto aos portos dariam o sinal para que as instalações fossem invadidas. Em todos estes locais trabalham muitos estrangeiros.

Responsáveis iemenitas ouvidos pela Associated Press dizem acreditar que o objetivo era retaliar pela morte de Said al-Shihri, um chefe da Al-Qaeda que morreu depois de ter ficado gravemente ferido em ataque com drones, em novembro.

Desde que a Arábia Saudita conseguiu desmantelar o grupo, em 2008, o Iêmen tornou-se no quartel-general da Al-Qaeda na Península Arábica. Mas já havia atividade do grupo muito antes disso no país, e há anos que os serviços secretos norte-americanos ali operam.

Com o Público