Jornalista acusa EUA de obter vantagens com espionagem

O colunista Glenn Greenwald, do jornal britânico The Guardian, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, nesta terça-feira (6), disse que os Estados Unidos não usam essas informações obtidas por meio de espionagem eletrônica e telefônica só para se proteger do terrorismo, mas também para obter vantagens comerciais e industriais.

Jornalista acusa EUA de obter vantagens com espionagem - Agência Senado

Greenwald foi o responsável por publicar as revelações de ex-técnico da agência de segurança americana (NSA), Edward Snowden sobre os programas secretos americanos de interceptação de dados eletrônicos e telefônicos em todo o mundo. Para o jornalista, o país que oferecer asilo ao Snowden, terá acesso a informações confidenciais em poder do americano, atualmente em refúgio provisório na Rússia.

O jornalista afirmou que, para espionar cidadãos americanos, “é necessário pedir autorização judicial, mas, para outros países e pessoas, não”. O colunista disse que o NSA pede qualquer comunicação, e as empresas de telefonia e internet – Google, Microsoft, Apple etc – fornecem essas comunicações sem qualquer questionamento.

Além disso, Greenwald disse que 70 mil pessoas trabalham no serviço de espionagem dos Estados Unidos. Ele ressaltou que um dos riscos é de que não há controle sobre os funcionários que fazem a espionagem e também sobre o que eles podem fazer com as informações sensíveis a que têm acesso.

Caso brasileiro

O jornalista Greenwald foi convidado pelos parlamentares brasileiros para falar sobre a rede de espionagem montada em Brasília pelo Governo dos Estados Unidos para o monitoramento de e-mails e ligações telefônicas de organizações e cidadãos brasileiros.

O jornalista vive no Rio de Janeiro há oito anos. Em maio, publicou uma matéria no The Guardian sobre a existência de uma ordem judicial secreta que permitia à NSA monitorar milhões de registros telefônicos nos Estados Unidos. A reportagem deu origem a toda a discussão sobre o monitoramento de comunicações pelos Estados Unidos.

No dia 7 de julho, reportagem do jornal O Globo revelou que a espionagem teria atingido também o Brasil. Segundo a matéria, milhões de telefones e e-mails de cidadãos brasileiros teriam sido monitorados, a partir de uma base de espionagem por satélite em Brasília, que teria funcionado pelo menos até 2002. Os escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas também teriam sido alvos de espionagem.

Da Redação em Brasília
Com Agência Senado