Estamos construindo uma democracia mais avançada, diz Nádia

A vice-prefeita Nádia Campeão lembrou dos atos e greves que eram reprimidos com extrema violência pelo governo de Fernando Henrique Cardoso e afirmou também que há preconceito de classe no Brasil e, por isso, a elite tenta esconder os avanços dos últimos dez anos. “A turma da elite acha que eles tem a cara para dirigir o país e a gente tem a cara só para trabalhar”.

Encontro de Mulheres - Alcinéia Silva

A vice-prefeita fez parte da mesa do III Encontro Estadual de Mulheres do PCdoB, que aconteceu no último sábado (10) em Jundiaí, cidade que tem a frente o comunista Pedro Bigardi.

Para um plenário lotado com mulheres de diversas regiões do estado, Nádia foi clara ao apresentar o centro da reflexão de sua intervenção. “Temos que refletir se valeu a pena ter eleito e reeleito o Lula, ter eleito a Dilma e se vale a pena reeleger Dilma novamente”, estimulou.


Segundo Nádia, quando o ex-presidente Lula chegou à presidência da república, ele teve que agir rápido contra a pobreza, com o bolsa-família e fazendo com que a criança fosse para escola. “Com isso 30 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza. Essa é uma grande conquista que a mídia não fala para não reconhecer”.

Sobre a relação com o movimento social, a vice-prefeita declarou que é preciso uma parceria entre o movimento social e os governos que querem melhorar a vida do povo.

“Nós nunca abandonamos a luta, mesmo quando participamos dos governos Lula e agora do governo Dilma. Estamos construindo um país mais justo e democrático”, reiterou a dirigente.

Em meio as manifestações de junho, com uma viagem do prefeito Fernando Haddad à França, Nádia assumiu a prefeitura, que recebia a pressão dos movimentos sociais para reduzir a tarifa de ônibus do sistema municipal e estadual.

Em alusão a greve dos petroleiros feita na gestão de Fernando Henrique Cardoso, em que o exército reprimia os manifestantes e, comparando a com as manifestações de junho, a vice-prefeita disse que, fora o caso de violência feita pela polícia de São Paulo, a mobilização foi uma demonstração do amplo exercício da democracia do país. “Nós estamos construindo uma democracia mais avançada”.

E a diferença, de acordo com Nádia, não é somente sobre o trato com os movimentos sociais. “O Brasil era um país que vivia de cabeça baixa e tudo que os Estados Unidos dizia nós tínhamos que fazer. Hoje a juventude nem lembra o que é FMI (Fundo Monetário Internacional).

Com a construção de um país mais forte e respeitado internacionalmente, o Brasil trouxe os grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos.

“Nós estamos fazendo coisa grande, porque estamos crescendo, temos capacidade para fazer, do nosso jeito e de acordo com a nossa realidade. Para o Brasil se desenvolver, ele precisa enfrentar grandes desafios”, garantiu Nádia.

Para a vice-prefeita, o caminho é continuar crescendo, pois os dez anos foram positivos, mas é preciso encarar a necessidade de ter um país mais equilibrado socialmente e enfrentar, principalmente, os problemas da moradia, saúde e educação, que além de mais recursos, necessitam de melhores gestões nessa áreas.

Outro problema que deve ser arrostado é a democratização dos meios de comunicação e da reforma política. A proposta defendida pelo PCdoB sobre a reforma política é concentrar no item sobre financiamento público e o sistema de representação em que a proposta é de ter voto em lista.

Sobre a comunicação, Nádia Campeão é categórica: “Nós só queremos que eles deem voz para todo mundo”.

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De São Paulo, Ana Flávia Marx