Governo da Colômbia retira erradicadores de Catatumbo

De acordo com a imprensa local, o governo da Colômbia retirou 500 erradicadores de cultivo ilícito, instalados no município de Tibu, na região do Catatumbo. No local, camponeses e representantes do governo dialogam em busca de paz, depois de episódios violentos que resultaram na morte e prisão de manifestantes.

Camponeses Catatumbo - Agência Pulsar

Na quinta-feira (23), representantes da Associação Camponesa do Catatumbo (Ascamcat) comprovaram que a equipe de erradicação tinha se retirado. "Isto permite o diálogo entre os vice-ministros, o diretor do Departamento para a Prosperidade Social, Bruce Mac Master, e os camponeses continue ocorrendo sem contratempos no palácio da Cúpula Chata, em Cúcuta", apontou a fonte citada pela Prensa Latina.

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Os agricultores vinham reclamando que o governo ainda não havia cumprido com sua oferta de diálogo com garantias e sem veto de temas, mesmo 20 dias depois de levantarem os bloqueios. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, afirmou que quer converter o Catatumbo em um laboratório de paz, e já tinha ordenado a suspensão das erradicações há cinco dias.

No dia 15 de agosto, depois de quase 11 horas de reunião, abriu-se a possibilidade as 350 famílias recebessem 4,5 milhões de pesos (2,4 mil dólares) e a aplicação do programa de adequação de hortas alimentícias como fonte de renda em substituição do plantio de coca.
Catatumbo está localizado na fronteira do país com a Venezuela. É uma região montanhosa, onde há vários anos os camponeses se organizam para que se reconheça seu território como uma Zona de Reserva Camponesa, decisão que garantiria uma série de direitos aos trabalhadores locais.

De acordo com o site Agenda Colômbia-Brasil, esta região é afetada por cultivos ilícitos de coca, como muitas regiões da Colômbia, pela falta de políticas agrícolas que permitam aos seus moradores ter acesso a terra e desenvolver programas de agricultura sustentável. O governo colombiano teria concedido a empresas estrangeiras o direito de exploração de minérios nessas terras sem consultar a seus habitantes.

O campesinato ainda considerar a possibilidade de se unirem à greve nacional agrária "se o governo, que há cinco dias anunciou a suspensão das erradicações, permite que o Exército continue com as flagrantes violações a nossos direitos", declarou a Associação Camponesa de Catatumbo em um comunicado.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina