Pressão barra “destaques da impunidade” na CPI do Ensino Privado
O movimento estudantil fluminense teve uma grande vitória na tarde de ontem (27). Com a pressão de centenas de estudantes, dentro e fora da ALERJ, foram retiradas as “emendas da impunidade”, que queriam tirar nome de indiciados e evitar que o relatório seguisse para investigação dos órgãos competentes, e foi garantida a inclusão do nome de Adenor Gonçalves, acionista majoritário do Grupo Galileo e de uma empresa pertencente a ele entre os indiciados.
Publicado 30/08/2013 11:13 | Editado 04/03/2020 17:03

Os estudantes começaram a se concentrar nas escadarias da ALERJ às 13 horas. Organizados pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ), entoaram palavras de ordem contra a mercantilização do ensino e em defesa de punição para os responsáveis pelas crises nas universidades privadas. A União da Juventude Socialista esteve mais uma vez presente ao lado dos estudantes nessa luta tão importante.
Por conta da burocracia da casa, que restringiu o acesso dos estudantes a uma votação que em teoria era de acesso público, apenas uma parcela estudantes conseguiram chegar às galerias da ALERJ. O diretor da União Nacional dos Estudantes, Igor Mayworm criticou a burocracia que impediu o acesso de parte dos estudantes ao plenário:
– É um absurdo que os estudantes sejam impedidos de entrar na casa do povo para acompanhar a votação dos destaques da CPI. A reitoria da Universidade Gama Filho está ocupada há 45 dias. Os estudantes tem direito de saber qual vai ser o voto de cada deputado na CPI.

Após muitas palavras de ordem e grande pressão das galerias, os estudantes que haviam conseguido entrar na ALERJ foram chamados uma reunião com os representantes da CPI e a presidência da casa. Assim, estudantes da UGF e a Presidenta da UEE-RJ, Tayná Paolino, partiram para a reunião que acabou por convencer os deputados Edson Albertassi (PMDB) e André Corrêa (PSD – Líder do Governo) retirassem as emendas da impunidade e ainda garantiu a inclusão do sócio majoritário da Galileo Educacional no relatório final da CPI.
A Presidenta da UEE-RJ, Tayná Paolino, avaliou positivamente a atividade mas alertou que a luta pela regulamentação do ensino superior está apenas começando.
– Essas emendas só foram retiradas porque houve muita pressão dos estudantes dentro e fora da ALERJ. É fundamental, após essa vitória aqui no Rio de Janeiro, que se construa uma CPI nacional sobre o tema. Nossa luta não termina aqui, ela está só começando. A estrada que temos que percorrer para alcançar uma efetiva regulamentação do ensino superior privado, para que educação não seja tratada como mercadoria, é muito grande, mas com muita unidade de estudantes, professores e de todos que defendem uma educação de qualidade seremos vitoriosos.
Após a reunião, a votação teve início e a vitória dos estudantes foi consolidada. A luta, no entanto, continua. Agora em defesa da estatização da Universidade Gama Filho (UGF) e da UniverCidade (UC), em defesa da criação de uma CPI nacional da educação superior privada e em defesa da regulamentação do ensino superior privado.