Diante da crise na Colômbia, todos os ministros renunciam

Todos os ministros do presidente Juan Manuel Santos apresentaram, nesta segunda-feira (2), sua renúncia protocolar ao presidente do país para que ele possa preparar as mudanças necessárias no país em resposta ao protesto no setor agropecuário que tomou grandes proporções nos últimos dias.

Colômbia: ministros pedem demissão coletiva para facilitar reforma/ Foto: Presidência da República

"Os membros do Conselho de Ministros colocam seus cargos à disposição do senhor presidente para que, com plena liberdade, possa fazer as alterações que julgar necessárias", disse o executivo em comunicado. O governo deverá analisar quais renúncias ele aceita e quais cargos sofrerão mudanças.

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A medida ocorre diante da maior dificuldade política enfrentada por Santos até o momento. A Colômbia vive um dos maiores conflitos sociais desde que assumiu o poder em 2010. Os agricultores reivindicam assistência financeira e revisão dos Acordos de Livre Comércio (TLCs).

A mobilização recebeu apoio de um setor de transporte de carga que pede uma diminuição nos preços dos combustíveis, de pequenos mineiros, de sindicatos de trabalhadores e de estudantes universitários.

As mobilizações que estão sendo realizadas no país já resultaram na morte de duas pessoas, 147 feridos e 40 detidos, de acordo com dados oficiais. Diante da situação, Santos resolveu militarizar Bogotá e outros pontos do país onde as estradas estão fechadas pelos manifestantes.

A greve nacional Colômbia começou na manhã do dia 19 de agosto, quando setores de cafeeiros, arrozeiros, canavieiros, produtores de batata, cacau, pecuaristas, , caminhoneiros e mineiros cessaram atividades para protestar contra as políticas antitrabalhistas e antipovo que restringem e direitos limitados, instituições privatizadas e entregar os recursos naturais para as multinacionais.

Este tipo de mobilização social manifesta a grave crise social que atravessa a Colômbia e as fortes políticas repressivas do governo de Juan Manuel Santos, que ao invés de sentar-se à mesa de negociações, estigmatiza os manifestantes relacionando-os a grupos insurgentes.

Da Redação do Vermelho,
com agências