Santos quer apressar o diálogo de paz com as Farc
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta terça-feira (3) que as negociações de paz com as Forças Armadas Revolucionárias-Exército do Povo (Farc-EP) não podem durar “muito mais tempo”. Da Casa de Nariño, em Bogotá, o mandatário colombiano assegurou que os diálogos devem ter um novo ritmo, uma vez que está em fase de definições.
Publicado 03/09/2013 15:13

“Estamos em um ponto crucial do processo, isso não pode durar muito mais tempo. Estamos nos aproximando das decisões importantes”, precisou Santos. Segundo ele, “há uma vontade de chegar aos acordos. Será difícil, pois existe um abismo entre o que pensam as Farc e o governo”.
Não é a primeira vez que o presidente tenta apressar a resolução do conflito. No mês passado, Santos enviou um projeto de lei ao Congresso pedindo a realização de um referendo sobre os possíveis acordos com as Farc. Com isso, o chefe de Estado definiria um prazo – pois a votação deveria acontecer ao mesmo tempo das eleições presidenciais de 2014 – para o fim do diálogo em Havana (Cuba), onde está sendo negociada a paz.
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A Colômbia é o primeiro país a enfrentar um acordo de paz no marco do Estatuto de Roma (1998) que, nas palavras de Santos, “é o que dá vida ao Tribunal Penal Internacional”.
“Somos o primeiro país que vai resolver, pela primeira vez, um conflito sob o ‘guarda-chuva’ do Estatuto de Roma. Que flexibilidade nós temos para construir essa paz? Acredito que temos toda”, disse.
O presidente colombiano disse também que é necessário ter muita “pedagogia” para entender o processo de paz e aproveitar os cenários do pós-conflito. Para ele, “a confrontação armada é o que retrasou o desenvolvimento do país”.
“Essa vaca morta, essa flecha atravessada do conflito armado” é o que não deixa “que o campo progrida”, acusou Santos.
Processo de paz
Nos nove meses que levam negociando em Havana (Cuba), as Farc e o governo da Colômbia já conseguiram um acordo parcial no tema agrário, o primeiro de uma agenda de cinco pontos. Atualmente discutem o tema da participação política, a luta contra o narcotráfico, o fim do conflito e a compensação das vítimas.
A mesa de diálogo está suspensa até a próxima semana. No dia 9 de setembro as partes devem voltar para as reuniões na capital cubana.
Da redação do Vermelho,
Com informações do jornal colombiano El Tiempo