Lugo denuncia nova ofensiva neoliberal no Paraguai

O ex-presidente e senador do Paraguai, Fernando Lugo, destituído do poder por um golpe parlamentar em 22 de junho de 2012, denunciou, em entrevista concedida à Prensa Latina, o ressurgimento do neoliberalismo em seu país. Para ele, esta nova ofensiva se dá por meio das medidas adotadas pelo novo governo, disfarçadas como benefícios sociais.

"No Paraguai estão sendo tomadas medidas neoliberais com fachada de ajuda social", afirmou Lugo.

Para ele, o neoliberalismo, enterrado em um passado recente junto com o rechaço à proposta estadunidense de implantar na região a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), ganhou nova roupagem em seu país. "Não temos nenhuma dúvida de que no Paraguai estão sendo tomadas medidas neoliberais com fachada de ajuda social", afirmou Lugo.

O ex-presidente elogiou os resultados do Congresso Unitário Sindical Camponês e Social realizado nesta terça-feira (3), e observou que "o momento vivido pela nação exige que todos os movimentos sociais e sindicais façam um grande esforço de unidade."

Para o senador, os vários protestos camponeses que vêm ocorrendo no norte do país exigindo justiça social e rejeitando a militarização da região serão repetidos: "não é só no norte, porque os programas sociais orçados para 2012 não foram cumpridos e outros que havíamos iniciado, continuado ou aprofundado no nosso governo não tiveram continuidade", afirmou.

"A grande garantia de responsabilidade social desses projetos enfraqueceu e, em alguns casos, desapareceu na execução do orçamento nacional", pontuou o ex-bispo acrescentando que quando era presidente os orçamentos do executivo “tinha um rosto e marca social que não estiveram mais presentes nos que exerceram o poder desde então".

O governo de Cartes "terá diante de si o grande desafio dos consensos, das conversas e discussões, pois governar o país hoje passa também por um acordo com as diferentes frentes sociais e políticas do Paraguai”, alertou.

Como exemplo da situação delicada vivida por seu país, Lugo mencionou a aprovação da chamada “Lei de Responsabilidade Fiscal que permite ao Poder Executivo tomar decisões referentes ao orçamento correspondente ao Parlamento".

Da Redação do Vermelho,
com informações da Prensa Latina