Estados Unidos contam com dinheiro de árabes para ataque à Síria

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, declarou que alguns países árabes se ofereceram para pagar a totalidade dos custos de uma intervenção militar por parte dos Estados Unidos na Síria.

Kerry fez essa declaração na última quarta-feira (4) na Câmara dos Representantes e assegurou que tem esta oferta sobre a mesa e que os Estados Unidos respondem a ela com um "sim" rotundo.

Ainda assim, em resposta às dúvidas dos deputados sobre os detalhes da oferta, disse que "foram significativas, isto é, muito significativas".

Além do mais, agregou que os países árabes, os quais não quis revelar, estão dispostos a pagar os custos da ingerência militar na Síria com a condição de que os Estados Unidos ajam como fizeram com os outros países agredidos, invadindo e ocupando a nação.

Funcionários da administração Obama, incluindo Kerry, lançaram uma campanha para pressionar os congressistas das duas câmaras para votarem a favor da agressão contra a Síria.

O Comitê de Relações Exteriores do Senado votou a favor (10 votos contra sete) da autorização para Obama usar a força militar contra o país do Oriente Médio.

A resolução limitaria a ação militar contra a Síria por um período de 60 dias, com a possibilidade de prorrogá-lo por mais 30 dias. Também proíbe o uso de tropas terrestres em território sírio.

Sem legitimidade

Qualquer ataque militar americano contra a Síria seria uma violação das leis internacionais e da Carta das Nações Unidas, disse Hasan Sheikholislam, assessor do presidente da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã (Majlis), Ali Larijani.

Washington procura legitimar seu ataque militar planejado contra a Síria ao receber o sinal verde dos congressistas estadunidenses. No entanto, essa autorização só pode ser considerada legítima apenas em solo americano, agregou Sheikholislam.

Está muito claro que a decisão do presidente americano, Barack Obama, para realizar um ataque contra a Síria não tem uma “legitimidade internacional”, indicou Sheikholislam.

O porta-voz também agregou que, segundo a Carta da ONU, os países são permitidos a usar a força somente em duas circunstâncias, para autodefesa ou por meio de uma autorização específica do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Ele sublinhou também que o plano de atacar a Síria, além de ir contra a lei internacional e a Carta da ONU, também é considerado um movimento contra os Direitos Humanos.

Agregou que os Estados Unidos decidiram recorrer à estratégia de guerra contra o país árabe depois do fracasso dos terroristas apoiados por países estrangeiros em tentar vencer as forças armadas sírias.

A retórica de guerra contra a Síria aumentou depois do dia 21 de agosto, quando os terroristas anunciaram que o governo sírio teriam matado várias pessoas em um ataque com armas químicas num dos arrabaldes de Damasco, a capital do país.

Neste sentido, os Estados Unidos, à frente de vários países ocidentais, ameaça iniciar uma guerra contra a Síria, sob acusações de que o Exército do país árabe usou armas químicas em tal área.

Não obstante, o governo de Damasco, além de repudiar tal acusação, demonstra que tomou todas as medidas necessárias para que os inspetores da ONU pudessem levar a cabo as pesquisas nas áreas afetadas pelo ataque do dia 21.

Com informações da HispanTV