Antes da decisão do Congresso, Obama repete que vai atacar Síria

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a defender a intervenção militar na Síria neste sábado (7) e fez um apelo aos estadunidenses a que apoiem sua decisão de atacar o país árabe. Obama repetiu o chavão que tem usado nas últimas semanas de que a guerra contra a Síria será diferente das anteriores desencadeadas pelo imperialismo norte-americano.

"Não será um outro Iraque ou Afeganistão", afirmou Obama em seu programa semanal de rádio, antecipando argumentos que utilizará em um pronunciamento televisionado à nação, na próxima terça-feira (10).

"Sei que o povo americano está cansado depois de uma década de guerra, mesmo que a guerra no Iraque tenha chegado ao fim e a guerra no Afeganistão esteja terminando. Essa é a razão pela qual não vamos colocar nossas tropas no meio da guerra de outras pessoas", disse Obama.

Congressistas de volta a Washington depois do recesso de verão dizem que muitos de seus eleitores se opõem a que os Estados Unidos intervenham militarmente na Síria.

Pesquisa realizada na semana passada pela Reuters/Ipsos mostra que 56% dos americanos acreditam que o país não deveria intervir na Síria, e somente 19% apoiam a ação.

A organização sionista Comitê Americano-israelense de Negócios Públicos (Aipac, na sigla em inglês), grupo que apoia nos Estados Unidos o regime israelense e as bárbaras políticas imperialistas e sionistas na Palestina e em todo o Oriente Médio, informou que fará uma grande atividade lobista para tentar angariar apoio à ação militar contra a Síria.

Em seu pronunciamento no rádio, Obama afirmou que a falta de uma resposta ao ataque com armas químicas iria ameaçar a segurança nacional dos Estados Unidos porque aumentaria o risco de futuros ataques com esse tipo de armamento da parte do governo sírio, grupos terroristas ou outros países.

Centenas de manifestantes protestaram neste sábado diante da Casa Branca, gritando palavras de ordem contra a guerra de Obama, como "Tirem as mãos da Síria" e com cartazes onde estava inscrito "Digam ao Congresso: sem guerra contra a Síria".

Por seu turno, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, voltou a reiterar neste sábado a decisão do governo de atacar a Síria, ao considerar que não intervir militarmente no país árabe implica mais riscos do que a própria guerra. .

“A ausência de ação supõe um risco mais importante que a própria ação, afirmou o chefe da Diplomacia estadunidense.

Kerry insistiu em que a crise síria afeta a segurança dos estadunidense e alegou que a intervenção que planejam não é uma guerra, é uma operação curta, seletiva, sem enviar tropas ao território sírio.

A Casa Blanca pediu ao Pentágono que prepare uma extensa lista de possíveis alvos na Síria, incluídos os que poderiam ser objeto de bombardeiros de longo alcance.

O governo sírio, além de rechaçar energicamente as acusações de que usou armas químicas contra a própria população, declarou que está pronto para defender sua soberania perante qualquer ofensiva militar estrangeira.

Partidos sírios

Por seu turno, a direção do Partido Árabe Socialista Baas na Síria analisou no sábado com várias forças políticas nacionais as posições de cada uma e planos de resposta às ameaças dos Estados Unidos.

Os secretários gerais dos partidos políticos nacionais concordaram com que, apesar das diferenças políticas e ideológicas entre eles, é necessário cerrar fileiras contra uma possível agressão externa ao solo pátrio.

Em uma situação de guerra, nossas discrepâncias serão postas de lado e nos uniremos como uma só força para defender o país dos invasores, advertiram os presentes.

O secretário geral do Partido do Renascimento (Baas), força dirigente do país, Hilal Hilal, manifestou sua confiança em que todas as formações políticas assim como a cidadania, independentemente de seu credo ou tendência, se unirão para enfrentar os inimigos e liquidar qualquer ato hostil e de ingerência.

Redação do Vermelho, com agências