Chile: polícia reprime protesto em memória às vítimas da ditadura

Às vésperas do aniversário de 40 anos do golpe no Chile, manifestantes saíram às ruas neste domingo (8) em memória às vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A polícia, então, reprimiu com gás lacrimogêneo milhares de pessoas, nas ruas de Santiago, a capital do país. A ação foi feita pelos Carabineiros chilenos – grupo tradicional das Forças Armadas, que foi braço direito do ex-ditador. 

Chile: polícia reprime protesto em memória às vítimas da ditadura - EFE

Segundo correspondentes da rede Telesur e do portal RT, o protesto acontecia de forma pacífica quando os policiais começaram atacar sem razões evidentes. Os manifestantes partiram para o confronto e os militares responderam com bombas de efeito moral. O repórter da RT, inclusive, foi atingido na operação. Não há registro de feridos.

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 Na última quinta-feira (5), os policiais chilenos já haviam reprimido uma manifestação estudantil destinada a cobrar mudanças no sistema educacional do país. Os protestos no Chile, principalmente relativos às cobranças por melhorias na área de ensino, têm sido frequentes.

Na semana passada, a Associação Nacional dos Magistrados do Poder Judiciário do Chile pediu perdão pela “omissão” durante a ditadura, comandada por Augusto Pinochet. Foi a primeira vez que ministros, desembargadores e juízes reconheceram suas falhas. Durante o regime militar houve cerca de 5 mil pedidos de proteção para desaparecidos ou pessoas detidas ilegalmente que foram rejeitados pelos tribunais chilenos.

Em comunicado, a associação lamenta a demora em reconhecer a omissão. "Chegou a hora de pedir perdão às vítimas, aos seus parentes e à sociedade chilena", diz o texto, acrescentando que não é possível fugir às responsabilidades dos tribunais durante a ditadura, que “desconsideraram” alguns dos direitos humanos básicos.

Fonte: Opera Mundi, com RT e Telesur