Kerry tenta reduzir dimensão de eventual ataque à Síria

O chefe da diplomacia estadunidense, John Kerry, defendeu nesta segunda-feira (9) em Londres o "caráter limitado" e "muito curto" de uma eventual agressão contra a Síria, visto no Reino Unido como uma tentativa de reduzir a rejeição dentro e fora de seu país com relação a essa ação.

Após reunir-se com o ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague, o secretário de Estado negou a possibilidade de enviar tropas ao país e referiu-se a um ataque para que presidente Bashar al-Assad preste contas pelo suposto uso de armas químicas.

Damasco recusa as acusações de Washington sobre o uso das tais armas contra a população no dia 21 de agosto, enquanto cada vez mais aparecem evidências de seu uso por bandos armados opositores, com apoio da Arábia Saudita.

Apesar dos preparativos de guerra do Pentágono, Kerry afirmou que não tinha nenhuma dúvida sobre a necessidade de uma saída política ao conflito sírio, quando nos Estados Unidos 60% de seus cidadãos se opõem a uma ação bélica contra o estado do Oriente Médio.

O diplomata norte-americano reiterou que um ataque militar contra a Síria se basearia em provas, ainda que diante reiterados pedidos da Rússia para apresentar evidências, estas nunca tenham aparecido, enquanto Moscou se utiliza de documentos de seus especialistas para culpar os bandos armados e mercenários.

Hague, que admitiu um possível gerenciamento para repetir uma votação na Câmara dos Comuns, após a oposição do parlamento a uma agressão contra Damasco, considerou que não pode haver nenhuma impunidade para o uso de armas químicas.

No meio dos esforços estadunidenses para justificar um ataque contra o governo de Al-Assad, a imprensa londrina recorda como a Casa Branca facilitou armas químicas ao Iraque em sua guerra com o Irã, na década de 1980.

Kerry, cujo governo poderia enfrentar problemas para obter o apoio das duas câmaras do Congresso para uma intervenção contra a Síria, realiza um giro pela Europa para obter apoio nesse sentido.

A maioria das nações europeias inclina-se a favor de um aval do Conselho de Segurança da ONU para uma ação militar contra a Síria, enquanto a Rússia e a China mantêm sua rejeição ao uso da força para resolver a crise no Estado árabe.

Fonte: Prensa Latina