Embaixador de Cuba recebe solidariedade da bancada do PCdoB 

Inspirada no poema do herói cubano, José Martí, a líder do PCdoB na Câmara, deputada Manuela D´Ávila (RS) entregou ao embaixador de Cuba, Carlos Zamora, nesta quarta-feira (11), a nota de solidariedade da bancada comunista aos médicos e médicas cubanos. O embaixador agradeceu também usando o poema de Martí.

Embaixador de Cuba recebe solidariedade da bancada do PCdoB - Richard Silva

O embaixador disse que, a exemplo de Manuela, que ofertava ao povo cubano “uma rosa branca” pela vinda dos médicos ao Brasil, também gostaria de oferecer “uma rosa branca” a todo o povo brasileiro. E manifestou o desejo de que o resultado da vinda dos médicos cubanos ao Brasil seja de ganho para a gente mais humilde e o desenvolvimento do povo.

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O poema a que ele se referem encerra a Nota de Solidariedade aos Médicos e Médicas Cubanos divulgada no último dia 29 de agosto: “Cultivo uma rosa branca / em julho como em janeiro / para o amigo verdadeiro / que me dá sua mão franca / E para o cruel que me arranca o coração com que vivo / cardo, urtiga não cultivo: cultivo uma rosa branca”.

Preconceito contra os pobres

“Sentimos-nos obrigados a prestar solidariedade ao povo cubano que veio ao Brasil para garantir atendimento médico ao nosso povo mais humilde”, disse a parlamentar, criticando a campanha dos médicos brasileiros que se manifestaram de forma ostensiva e preconceituosa.

Para a deputada comunista, quando se manifestaram contra os médicos cubanos, os brasileiros manifestavam preconceito contra o povo pobre do nosso país. E, estendendo as críticas à ameaça de invasão da Síria pelos Estados Unidos, disse que os médicos são as “armas” que Cuba distribui ao mundo.

Em seu agradecimento, Zamora disse que não há melhores palavras para responder às hostilidades sofridas pelos médicos e médicas cubanas senão a que eles mesmos falaram. Eles disseram, na ocasião do desembarque no Brasil, que vinham em missão de solidariedade e não para ganhar dinheiro. “A motivação é solidariedade e não econômica”, disse Zamorra, explicando que a vinda dos médicos cubanos é resultado de um termo de cooperação entre os dois países.

“É duro ver como o capitalismo muda a cultura e não permite que se veja fraternidade em um programa como esse”, disse Zamora, registrando que os médicos cubanos não vieram trabalhar no Brasil, a exemplo dos portugueses e espanhóis, porque estivessem desempregados em seu país.

E, respondendo às críticas contra os médicos cubanos, ele apresentou os indicadores de saúde da América Latina, que mostra Cuba em posição privilegiada, entre todos os demais países do continente, no atendimento à saúde básica da população.

Cinco heróis cubanos

Em clima informal, durante o almoço-reunião que a bancada do PCdoB realiza semanalmente na Sala da Liderança do Partido na Câmara, o embaixador foi recebido pelos parlamentares, que receberam laços amarelos. Os laços, afixados nas lapelas das roupas, fazem parte da campanha mundial para libertar os cinco heróis cubanos presos nos Estados Unidos desde 1998.

A líder do PCdoB também falou sobre a campanha pela libertação dos cinco cubanos presos injustamente nos Estados Unidos, que, nesta quinta-feira (12), completam 15 anos de prisão. Ela disse que seria cômico “se não tivesse a repercussão que tem em suas vidas, os Estados Unidos acusá-los de espionagem quando o próprio Estados Unidos vive, atualmente, denúncias de espionagem em vários países do mundo, incluindo o Brasil”.

E anunciou o propósito dos parlamentares da bancada, ao longo da semana, fazerem discursos denunciando a situação. Segundo ela, com a vinda dos médicos cubanos será mais fácil sensibilizar o povo brasileiro para as causas cubanas.

De Brasília
Márcia Xavier