Irã reafirma disposição para acordo sobre programa nuclear

O novo enviado do Irã para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Reza Najafi disse, nesta quarta-feira (11), que seu governo cooperará ainda mais com a agência para “ultrapassar questões remanescentes de uma vez por todas”, sinalizando uma abordagem potencialmente mais flexível da nova administração em Teerã. Isso não significa, entretanto, que o país abrirá mão do seu direito ao desenvolvimento de um programa nuclear de fins civis, ressaltou Najafi.

Reza Najafi - AFP

O embaixador Reza Najafi reafirmou a posição da República Islâmica do Irã em sua primeira reunião na AIEA, nesta quinta, sobre o direito persa, como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), de desenvolver um programa nuclear voltado para pesquisas médicas e energéticas, classificadas como “fins civis” (e não militares).

Ainda assim, as “potências ocidentais”, lideradas pelos EUA e seus aliados europeus, acusam o Irã, com veemência, de produzir armamentos nucleares. Além de não terem evidências para tais acusações, os persas mantêm a sua disposição para a colaboração com a AIEA, mesmo quando reafirmam o seu direito soberano a um programa nuclear pacífico.

“Estamos ansiosos por trabalhar em conjunto com o diretor-geral [Yukiya Amano] e a sua equipe nos próximos dias”, disse Najafi, em declarações à diretoria da agência em Viena, na Áustria, nesta quarta (11).

Os diplomatas ocidentais, que têm achado algum conforto na caracterização do novo presidente Hassan Rohani como “moderado” (em comparação com a posição tida como “radical” do seu predecessor, Mahmoud Ahmadinejad), saudaram a declaração de Najafi como uma mudança de tom.

Ainda na terça-feira (10), o presidente Rohani disse que era hora de resolver a contenda do Irã com o Ocidente sobre o seu programa nuclear, e instou o mundo a aproveitarem a oportunidade da sua eleição.

Rohani informou que vai se reunir com os chanceleres das seis potências (Rússia, China, França, Reino Unido, Estados Unidos, os cinco membros do Conselho de Segurança, e a Alemanha), com que o Irã tem negociado no âmbito do “Grupo 5+1”, quando participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, neste mês.

Com Haaretz,
Da redação do Vermelho