Medvedev: Ucrânia na UE pode ter destino de Grécia e Chipre

O premiê russo, Dmitri Medvedev, advertiu nesta terça-feira (24) que a Ucrânia pode enfrentar a mesma problemática situação econômica da Grécia e do Chipre, ao se propor como objetivo estratégico associar-se ao bloco da União Europeia.

Ao advertir que, segundo as exigências da Europa, Kiev não poderá ser integrada à União Alfandegária da Bielorrússia, Cazaquistão e Rússia, o chefe de gabinete realçou as desvantagens que esta situação trará para a vizinha república ex-soviética.

Nossos sócios expressaram abertamente que cumprirão suas obrigações (com a União Alfandegária) só na parte que não contradiz os acordos com a UE, explicou o governante.

Esclareceu, no entanto, que essa contradição significa que não poderão ser integrados à União Alfandegária dos três países da Comunidade de Estados Independentes.

As autoridades ucranianas devem explicá-lo a seu povo sem esconder que o futuro desenvolvimento do país poderia seguir o caminho da Grécia ou do Chipre, sublinhou enfático.

Observou que os atuais governantes de Kiev afirmam que poderão compartilhar a inserção em uma e outra parte, e, portanto, receber vantagens procedentes de um e outro lado, o que não é verdadeiro.

O premiê russo foi enfático ao explicar que a entrada em vigor do convênio de associação com a UE levará a que a parte ucraniana perca as bonificações recebidas no comércio com Moscou.

Continuares sendo amigos, sem dúvida, teremos relações comerciais, mas serão iguais aos de outros sócios, sem benefícios e, provavelmente com algumas limitações, disse citado por RIA Novosti.

A Rússia tem insistido infrutiferamente até o momento para que a Ucrânia se integre como membro pleno da União Alfandegária integrada por Moscou, Bielorrússia e Cazaquistão, bloco que aspira a se transformar em União Econômica Eurasiática até 1 de janeiro de 2015.

Junto ao Quirguistão, a Ucrânia obteve em maio deste ano a condição de observador do bloco integrado por esse trio de países da Comunidade de Estados Independentes, no entanto, Kiev insiste em que sua prioridade é criar uma zona de livre comércio com a UE.

O presidente ucraniano, Víctor Yanukovich, reiterou que espera manter o atual volume de Comércio com a Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão, assim como cooperar com a União Alfandegária dentro da Comissão Econômica Eurasiática instituída em maio de 2013.

Em contraposição, a liderança russa advertiu Kiev que, se criar a zona de livre comércio com a UE, os três membros da União Alfandegária tomarão medidas protecionistas para evitar serem invadidos de produtos europeus.

Fonte: Prensa Latina