Avança diálogo entre Governo e camponeses colombianos

O tema dos cultivos ilícitos e das diversas alternativas para sua substituição gradual, foi o centro da primeira das 12 reuniões entre o Governo e os camponeses colombianos, que avançam para procurar alternativas à crise do campo na Colômbia.

No primeiro encontro, ocorrido na quinta-feira (26)  em Medellín, os agricultores propuseram a necessidade de que tenha um enfoque de direitos nos que o acesso à propriedade, educação e saúde, moradia digna e serviços básicos seja uma realidade para essas comunidades.

De acordo com meios de difusão locais,participaram desta primeira rodada de negociação o vice-ministro do Interior e Agricultura e os governadores dos departamentos de Nariño e Cauca.

O campesinato insistiu com o Executivo sobre a necessidade de garantias para seus porta-vozes e para que participaram da paralisação nacional agrária e popular iniciada no último dia 19 de agosto.

Sobre esse assunto em particular, foi criada uma subcomissão encabeçada pelo ministério do Interior com a participação de delegados da Mesa Agrária Nacional de Diálogo e Acordo.

Ainda que nesta reunião não se tenham chegado a acordos concretos, a equipe oficial expressou que levarão por escrito, ao próximo encontro em Bogotá no dia 3 de outubro, uma resposta às propostas dos lavradores sobre o tema dos cultivos de uso ilícito, única alternativa de sobrevivência em meio ao abandono do Estado, como têm reiterado.

Levamos décadas exigindo e propondo uma série de políticas alternativas sobre a necessidade de um acordo sobre uma substituição gradual e marcada dos cultivos de coca, maconha e papoula, expressou Isaac Paez, representante dos camponeses do departamento de Caquetá.

As atuais políticas antidrogas têm múltiplas limitações e nefastas consequências: a perseguição contra os agricultores e seu tratamento como delinquentes, a destruição do meio ambiente, a destruição de meios e frutos do trabalho camponês, apontaram os representantes agrícolas.

Nas propostas apresentadas ao Governo, defendem a concepção e implementação de sistemas produtivos sustentáveis.

Nos seis pontos de exigências os agricultores exigem acesso à propriedade da terra, reconhecimento à territorialidade e investimento social na população rural e urbana em saúde, educação, moradia e serviços públicos.

No dia 8 de setembro as partes assinaram um ata de acordo que permitiu o encerramento dos massivos protestos que deixaram um saldo de 12 mortos, quatro desaparecidos e mais de 400 feridos.

Segundo o cronograma, a mesa se reunirá toda quinta-feira durante oito horas até o dia 12 de setembro.

Fonte: Prensa Latina