Montesinos: Evo Morales, outra espinha na garganta de Obama

O presidente boliviano, Evo Morales, se converteu em uma nova espinha cravada na garganta do chefe do regime norte-americano, Barack Obama, que não deixa de incomodar o atual inquilino da Casa Branca, por sua política agressiva e intervencionista na América Latina e no mundo.

Por Patricio Montesinos*, no Rebelión

Evo Morales - Agência Efe

Batizado como o "Grande Chefe Índio Latino-americano", Morales não perde uma só oportunidade para acusar Obama por sua permanente conduta ameaçadora, subversiva e por fomentar os ataques e agressões militares contra os povos deste planeta, especialmente aqueles que são anti-imperialistas e, de fato, cada vez mais numerosos.

Entre as mais recentes expressões do mandatário boliviano, proferidas a seu homônimo norte-americano, figura a declaração de quinta-feira (26/09) na Venezuela, onde lamentou que o Comitê do Prêmio Nobel da Paz tenha lhe outorgado essa controversa e manipulada distinção àquele que é merecedor do Prêmio Nobel da Guerra.

O líder da Pachamama (Mãe Terra, maior entidade religiosa para os indígenas na Bolívia) sublinhou que desde que o chefe de Washington assumiu o poder, se proliferaram as intervenções violentas e os conflitos militares, exemplificado os encenados no Afeganistão, Iraque, Líbia e agora o da Síria.

Em diferentes declarações à imprensa, tanto na 68ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), desenvolvida em Nova York, como em outras anteriores, em La Paz, Morales reiterou que o primeiro dignitário da administração norte-americana acreditou que é o dono do mundo e, evidentemente, está equivocado.

Da mesma forma, propôs que Obama seja julgado internacionalmente por delitos contra a humanidade e o chamou de “pirata” de aviões presidenciais, quando impediu chefes de Estado que sobrevoassem espaços aéreos de diferentes nações.

O Grande Chefe Índio Latino-americano identificou o ocupante da Casa Branca como o único responsável pela imposição da proibição do sobrevoo de sua aeronave pela Espanha, Itália, França e Portugal, em julho deste ano, que pôs a sua vida em risco.

Por outro lado, os movimentos sociais na Bolívia e outras organizações, demandaram uma e outra vez que a embaixada dos Estados Unidos em La Paz deve ser fechada definitivamente, devido a suas cotidianas atividades adversas a esta nação andina.

As repetidas acusações de Morales contra Obama e a petição da sociedade boliviana mantêm os representantes norte-americanos na Pachamama com a atenção redobrada já faz algum tempo, porque não descartam que a qualquer momento todos sejam expulsos.

Alguns diplomatas já partiram de La Paz pelo temor de que sejam reveladas suas ações de subversão contra o Executivo e o povo boliviano.

Por sua vez, o Prêmio Nobel da Guerra norte-americano se mantem emudecido, quiçá pela nova espinha que tem cravada na garganta, na qual se converteu Morales, líder indígena indiscutível da Grande Pátria.

*Patricio Montesinos é jornalista espanhol
Tradução: Théa Rodrigues, da redação do Vermelho