Síria continua comprometida com o diálogo político, diz ministro

O governo da Síria afirmou que não haverá diálogo com os terroristas que têm causado tanto dando à nação. A posição do governo está bem definida sobre o tema, e as autoridades podem, junto à oposição, buscar soluções ao conflito armado, mas a última palavra será do povo, nas urnas. Entretanto, reitera o ministro da Informação Omran al-Zoabi, em declarações à emissora Russia Today, não haverá diálogo com os que tenham as mãos manchadas de sangue, ou que defendam uma intervenção militar.

Grupos armados na Síria - Reuters/Muzaffar Salman

O ministro sírio definiu que o diálogo realiza-se entre os políticos, e não entre um Estado e terroristas, que explodem carros bomba e matam pessoas. Com os grupos armados, comentou um jornalista sírio ao portal da Prensa Latina, o único contato será o que resultar dos enfrentamentos em combate com o Exército Árabe Sírio.

Os grupos armados no país, muitos ligados à rede terrorista Al-Qaeda (como a Frente Al-Nusra e o chamado “Estado Islâmico do Iraque e do Levante”), e aqueles que formam parte deles não são convidados ao diálogo, enfatizou Al-Zoabi.

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“Além disso, não prevemos que a Organização das Nações Unidas (ONU), a Rússia, os Estados Unidos ou outro país peça à Síria para dialogar com organizações terroristas”, agregou. O ministro recordou que foi a Síria quem propôs um diálogo político nacional, e também manifestou a sua disposição, sem condições prévias, em atender à Conferência de Genebra 2 para o diálogo internacional sobre o conflito armado e para a busca por soluções políticas.

De acordo com o ministro, a conferência, cujo planejamento é saudado e ressaltado por diversos líderes mundiais, é a continuação de uma linha política, que requer a participação das duas partes (governo e oposição) para que seja exitosa.

Apesar da boa vontade da Síria frente à conferência, assim como a de organizações internacionais e países como a Rússia, alertou Al-Zoabi, existem nações na região que se negam a responder aos esforços internacionais para celebrá-la, e tentam obstaculizá-la através de pressões políticas e do envio de armas, mais terroristas e de dinheiro aos grupos armados no país.

Ao abordar o processo de eliminação das armas químicas, iniciado nesta quarta-feira (2), pela equipe de especialistas em desarmamento da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês), o ministro ratificou que o governo sírio deseja encerrar o assunto sobre esses recursos, e cumprirá com todas as suas obrigações, como de costume, sem colocar obstáculos para tratar do tema.

Com informações da Prensa Latina