Imigração é tema de exposição de quadrinhos na França

Super-Homem e Asterix têm mais em comum do que parece, de acordo com uma nova exposição no Museu da História da Imigração, em Paris. A mostra abre nesta quarta-feira(16) com 500 trabalhos e documentos de 117 artistas, de 1913 até hoje, revelando como imigrantes nas margens da sociedade foram atraídos pela subcultura dos quadrinhos.

Os próprios personagens muitas vezes são alegorias para o estrangeiro, desde o loiro galês Asterix, que enfrenta os romanos e viaja pelo mundo, até o alienígena Kal-El, que tenta viver na Terra entre humanos, apesar de seus super-poderes.

“O Super-Homem é o super-imigrante, que vem de Krypton com seus poderes, mas precisa evitar o sentimento de exílio”, argumenta a curadora Helena Bouillon.

A exposição também mostra como os quadrinhos se tornaram mais sérios na metade do século 20, usando a linguagem para expressar verdades desconfortáveis sobre a intolerância. Ela inclui as ilustrações originais do livro autobiográfico “Persepólis”, da iraniana Marjane Satrapi. No livro, ela conta a história de uma menina que foge para a Europa logo após a revolução iraniana.

“A ideia das imagens serem mais simples ou se tornarem caricaturas permite aos autores dizer coisas que ficariam muito pesadas num romance ou numa fotografia”, diz Bouillon. “Você precisa fazer as pessoas rirem para aceitar histórias muito difíceis.”

Fonte: O Globo