Síria efetiva adesão à Convenção sobre Armas Químicas

A Síria tornou-se parte oficial da Convenção internacional sobre Armas Químicas nesta segunda-feira (14). Após enviar os documentos de adesão à Organização das Nações Unidas e receber a equipe de peritos da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), o governo sírio iniciou também, na semana passada, o processo de destruição do seu arsenal, embora vizinhos hostis como Israel ainda não tenham ratificado a convenção. O governo também reiterou o compromisso com a Conferência Genebra 2.

Bashar Jafari - ONU

A Convenção para a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenamento e Uso de Armas Químicas e para a sua Destruição (CWC, na sigla em inglês) tem como objetivo eliminar uma categoria inteira de armas de destruição em massa.

O compromisso do governo sírio com a sua ratificação foi recebido com otimismo por diversos líderes mundiais, inclusive da ONU, e freou a empreitada da intervenção militar elaborada pelos Estados Unidos, como parte do acordo mediado pela Rússia para a destruição do arsenal químico da Síria.

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O governo sírio enviou os documentos necessários para a adesão à CWC no dia 14 de setembro, cumprindo um dos passos propostos pelo acordo definido entre a Rússia e os Estados Unidos, que suspendeu a ameaça de intervenção militar estadunidense.

No final do mês, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU definiu o processo e os passos a serem tomados pela Síria, oficializando o acordo-quadro alcançado pela Rússia e pelos EUA, e afastando a possibilidade de uso legal da força, sob o direito internacional. O empenho diplomático russo, o apoio de aliados como a China e o Irã e a disposição do governo sírio para a diplomacia garantiram que a intervenção militar não acontecesse.

Além disso, o governo do presidente Bashar Al-Assad continua comprometido com a realização da Conferência Genebra 2, na Suíça, para as conversações entre as partes (diretas e indiretas) no conflito que já dura dois anos e meio. Entretanto, o Conselho Nacional Sírio (CNS) anunciou que não participará da conferência, mantendo a posição da oposição armada de exigência da demissão de Assad.

A emissora Sky News citou o líder do grupo da oposição síria, George Sabra, ameaçando a retirar-se do Conselho Nacional de Coalizão caso ele decida participar das conversações. O CNS é o maior bloco político da coalizão, que havia afirmado que iria à conferência caso um acordo fosse debatido para a formação de um governo transicional.

Com agências,
Da redação do Vermelho