Genocídio de transgênero: organizações pedem providências à ONU

A violência generalizada e a grande quantidade de assassinatos cujas vítimas são as pessoas Trans (transexuais, transgêneros e travestis) no mundo, sobretudo na América Latina, são denunciadas por órgãos, associações e ativistas de direitos humanos e civis desse segmento. 

Por Emilly Sousa, na Adital

Genocídio de transgênero: organizações pedem providências à ONU - Radar Cultura Brasil

Eles fazem um alerta acerca da impunidade e passividade dos governos quanto à investigação e erradicação desses crimes na sociedade. Os signatários do pedido incluem entidades de países como Alemanha, Espanha, França, México, Peru, entre outros.

O embasamento da denúncia se dá por meio do estudo intitulado “Uma análise comparativa da situação dos direitos humanos das pessoas de gênero variante”, de Carsten Balzer e Jan Simon Hutta, que chama atenção para o fato de que todos os dias, milhões de pessoas trans sofrem preconceito, estigmatização e violência física por não cumprirem as normas de gênero predominantes. Esses abusos são sistemáticos e se refletem a partir da dispensa do trabalho, negação aos serviços públicos básicos e da falta de direito para a obtenção de documentos de identidade de acordo com o gênero real do solicitante.

Outro dado alarmante remete à última atualização do Observatório de Pessoas Trans assassinadas, com sede na Europa, que indica que, nos primeiros meses deste ano, foram cometidos 78 crimes, principalmente envolvendo mulheres trans, em todo o mundo, registrando um total de 1.233 ocorrências desde 1º de janeiro de 2008 até abril de 2013. As mortes de indivíduos trans também se encaixam no quesito de feminicídio, já que as vítimas geralmente são mulheres que sofrem violência patriarcal ou machista: os assassinatos acontecem, especialmente, com relação ao trabalho sexual devido à marginalização e cujos réus são ex-companheiros, clientes ou maridos.