Relatórios revelam programa de assassinato seletivo dos EUA

As divulgações sobre a espionagem das agências de inteligência dos Estados Unidos continuam criando escândalos, e afetam também a política de emprego dos aviões não tripulados (drones) para a “vigilância” e para ataques remotos, denominados “assassinatos seletivos”. O jornal estadunidense The Washington Post, nesta quarta-feira (16), informou sobre um programa intensivo de localização de alvos da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês).

Segundo os últimos informes repassados pelo ex-consultor técnico da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) e da Agência Nacional de Segurança (NSA), Edward Snowden, a última agência estava envolvida nos ataques com aviões não tripulados do Pentágono contra membros da rede Al-Qaeda, no Paquistão.

O relatório vazado por Snowden e divulgado pelo jornal The Washington Post indica que a NSA conseguiu encontrar a localização de Hassan Ghul, um comandante da Al-Qaeda próximo ao líder Osama Bin Laden, através da interceptação de uma mensagem eletrônica enviada por sua esposa.

De acordo com o jornal, os Estados Unidos criaram uma unidade secreta de contraterrorismo denominada CT MAC que, ao espionar enormes quantidades de mensagens e outras informações eletrônicas, é capaz de encontrar seus alvos em lugares de difícil localização.

Ghul foi capturado em 2004, e depois de passar dois anos nas prisões secretas geridas pela CIA, foi liberado e reintegrado à rede Al-Qaeda. Em 2012, foi morto em uma zona tribal paquistanesa, como resultado de um ataque de drones. Segundo as entidades da inteligência norte-americana, Ghul era chefe das operações militares da rede.

De acordo com o Washington Post, o governo dos Estados Unidos nunca admitiu publicamente ter matado Ghul, mas os documentos fornecidos por Snowden confirmam a operação e revelam o envolvimento extensivo da NSA no programa de “assassinato seletivo”, que tem servido como uma peça central na estratégia contraterrorista do presidente Barack Obama.

Com informações do Washington Post,
Da redação do Vermelho