Comissão Parlamentar irá investigar assassinatos de jovens negros
Após publicação de pesquisa, revelando que dois em cada três jovens mortos no Brasil são negros, o senado vai criar um CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os assassinatos. O relator deve ser o autor do Estatuto da Igualdade Racial, o senador Paulo Paim (PT-RS).
Publicado 28/10/2013 18:52 | Editado 04/03/2020 16:16
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a chance de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 maior do que a de um branco. Além disso, os negros também são mais agredidos por policiais. Por conta dos índices, os senadores acreditam que uma postura mais contundente precisa ser tomada para combater a violência. Mas, para isso, é preciso averiguar as condições em que esses assassinatos acontecem e quais as razões para isso.
A secretária da Juventude da Unegro (União de Negros pela Igualdade), Sirlene Assis, acredita que a instalação da CPI tem grande importância para a sociedade. Mas, considera que é preciso obter resultados satisfatórios. “Esperamos que as investigações sejam exitosas e contribuam para a redução da mortalidade”. Ela destaca também que, além dessas medidas, é preciso ampliar as políticas públicas para combater este tipo de crime no país. Segundo Sirlene, os altos índices podem ser associados à impunidade que o Brasil vive. “Os criminosos têm de ser punidos. Se não, cada vez mais vamos perder mais jovens”.
De acordo com o Senado, a previsão é que os trabalhos de instalação da CPI se estendam pelos próximos seis meses.
De Salvador,
Maiana Brito, com agências