EUA já fazem lobby contra parceria Brasil-Rússia

Tradicional porta-voz de interesses norte-americanos, a revista Veja desdenha de uma eventual associação entre Brasil e Rússia na área de defesa; "a compra ou aluguel de caças russos seria um pesadelo", diz a publicação; recentemente, um encontro entre o ministro da Defesa, Celso Amorim, e seu colega russo deu vazão ao rumor de que a Aeronáutica poderá comprar os caças Sukhoi no lugar dos americanos F-18.

Uma negociação bilionária, que se arrasta há quatro governos, para a compra de caças para a Aeronáutica voltou a movimentar lobbies poderosos na imprensa. Neste fim de semana, a revista Veja, tradicional porta-voz de interesses norte-americanos dentro do Brasil, se posiciona contra uma eventual parceria entre o país e a Rússia na área de defesa.

Indo direto ao ponto, a publicação afirma que "a compra ou o aluguel de caças russos seria um pesadelo". Veja defende a compra, pelo Brasil, dos aviões F-18, de origem norte-americana, mesmo sem transferência de tecnologia. E afirma que a espionagem de Barack Obama sobre o governo Dilma não deveria ser um empecilho, uma vez que Angela Merkel também teria sido monitorada.

Segundo a publicação da Abril, o ministro Celso Amorim, da Defesa, deu corda a uma proposta russa de fazer leasing dos caças Sukhoi ao Brasil a partir de janeiro de 2014, o que estaria provocando na Aeronáutica "um misto de descrença e pânico".

Na verdade, a mudança de rumos não incomoda os oficiais da Aeronáutica, mas apenas o governo americano que dava como certa a venda dos F-18 ao Brasil.

Além disso, os Estados Unidos certamente se sentiram incomodados com as notícias de que o Brasil está tratando com a Rússia da compra do sistema de mísseis aéreos Pantsir, que é o mais recente sistema de defesa aérea de curto alcance.

Inicialmente, o complexo foi projetado por encomenda dos Emirados Árabes Unidos e destinado para exportação.

Atualmente, estão sendo mantidas conversações sobre a exportação desse sistema de defesa aérea com vários países, incluindo o Brasil.

O país necessita deste sistema, inclusive a fim de proteger seu espaço aéreo de possíveis incidentes, de ataques terroristas no âmbito da Copa do Mundo e da Olimpíada num futuro previsível.

A transação com a Rússia pode atingir a cifra de US$ 1 bilhão, o que eleva ainda mais o desconforto dos Estados Unidos com mais um negócio perdido para o gigante euro-asiático.

Com informações do Brasil 247