Rainha aprova mecanismo regulador de imprensa no Reino Unido

A rainha Elizabeth II, do Reino Unido, deu nesta quarta-feira (30) seu aval para um novo marco regulador da imprensa britânica, apesar de esforços dos jornais locais em sentido contrário. A monarca foi apoiada pelos três maiores partidos políticos do país em uma reunião com seu conselho privado.

Jornais e revistas britânicos se opõem a sistema, alegando que não deveria haver participação política
A reunião ocorreu depois que o Tribunal de Londres e o Tribunal de Apelações recusaram uma tentativa legal de jornais e revistas britânicos para impedir sua realização. O documento, denominado Carta Real, cria um “cão de guarda” para vigiar um novo e poderoso regulador da imprensa escrita.
 
 
As empresas de mídia estão livres para incorporar o novo sistema de regulação ou ficar fora dele. Ministros argumentam que o novo organismo oferece o melhor caminho a ser seguido pela indústria, enquanto impede a regulação legal completa. Entretanto, muitos veículos de imprensa se opõem ao projeto, afirmando que não deveria haver participação de políticos no sistema.

Um porta-voz do Departamento de Cultura, Mídia e Esportes britânico afirmou que, “com base no parecer do governo, o Conselho Privado aceitou a Carta Real elaborada pelos partidos”. “Tanto a indústria quanto o governo concordam que a autorregulação independente é o melhor caminho a seguir. A questão que permanece é como isso vai funcionar na prática; nós vamos continuar a trabalhar com a imprensa, como sempre fizemos”.

A questão da regulação da imprensa voltou à tona no Reino Unido depois do escândalo envolvendo grampos telefônicos no tabloide News of the World, do magnata Rupert Murdoch. Hoje, três ex-repórteres do jornal declararam-se culpados no tribunal.

Na segunda-feira (28), o primeiro-ministro David Cameron ameaçou agir contra jornais como o Guardian, que publicam documentos do ex-analista da CIA Edward Snowden. “Se eles [jornais] não demonstrarem alguma responsabilidade social, vai ser muito difícil para o governo recuar e não agir”, afirmou Cameron no Parlamento.

Fonte: Opera Mundi