México: Campanha quer diminuir violência contra mulher indígena

Pesquisa recente aponta que 21,6% das mulheres indígenas Rarámuris da província de Chihuahua, no México, admitiram ter sido vítimas de violência. Segundo dados do Instituto da Mulher Chihuahua (Ichmujer) e da Comissão Nacional para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas (CDI), 33,5% das indígenas dizem que necessitam de apoio para prevenir a violência dos homens contra as mulheres. 

Dados complementares, que surgiram espontaneamente nas respostas das indígenas idicam que cerca de 9% precisa de ajuda para prevenir a violência de mulheres para homens e 16,9%, para prevenir a violência contra mulheres e crianças. .

Para combater esta situação, o Ichmujer CDI está promovendo oficinas de disseminação onde as vítimas de violência reproduzem às demais o que aprenderam em suas comunidades. Com a presença de mulheres e homens das comunidades indígenas Basigorovo e San Elias, o workshop intitulado "Por que homens e mulheres são como são", percorreu escolas e entidades comunitários. As oficineiras do Instituto da Mulher Chihuahua são treinados desde 2006 para conscientizar sobre a violência doméstica entre os indígenas, são supervisionadas pelo Departamento de Educação e Sensibilização em Gênero do Ichmujer, apoiado pelo Fundo da Comissão Nacional para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas, com ações que vão à raiz do problema para que possa ser realmente transformadoras.

Mulheres rarámuris ficaram conhecidas em 2012 devido a um episódio de escravidão moderna, pois devido à seca na região de Chihuahua migravam para trabalhar como diaristas e trabalhavam até 13 horas por dia debaixo do Sol. Eram milhares de mulheres afetadas pela seca (em sua maioria indígenas) procedentes da serra Tarahumara, no noroeste de Chihuahua e dos Estados de Hidalgo, Sonora, Veracruz, Guerrero e Durango, abandonam suas comunidades de origem para trabalhar em condições de exploração nos campos agrícolas do noroeste de Chihuahua.

Fonte: Adital