“Presença imperialista é obstáculo à integração latino-americana"

Antes de vir ao Brasil, Ignacio Mendoza, senador e secretário-geral do Partido Comunista da Bolívia, esteve reunido com o presidente boliviano, Evo Morales, que enviou seus “desejos de êxito na celebração do 13º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)”. Nesta quarta-feira (13), Mendoza participou do Seminário “Tendências da Situação Internacional”, que faz parte dos eventos do congresso, e falou sobre a luta anti-imperialista.

Por Théa Rodrigues, da Redação do Vermelho 

O primeiro ponto abordado pelo secretário-geral do PC da Bolívia foi o episódio com o senador da oposição Roger Pinto Molina, que estava abrigado na embaixada brasileira em La Paz e que foi trazido ao Brasil sem o consentimento do governo do país andino. Isso causou um impasse diplomático e, segundo Mendoza, tratou-se de “uma provocação direta para buscar o rompimento das relações entre os dois Estados”. Para ele, o incidente demonstra que “as forças de direita ainda possuem tentáculos em todos os países da América Latina e têm também laços de solidariedade conspirativa”.

Neste sentido e como um alerta para os demais presentes, Mendonza afirmou que “temos que aprender com os revolucionários e entre os anti-imperialistas que nosso vínculo tem que ser também de maior aproximação estratégica”.

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Ele citou a Conferência Anti-imperialista que aconteceu em Cochabamba, logo após a negativa de sobrevoo de alguns países europeus ao avião presidencial que trazia Evo Morales de uma viagem que havia feito à Rússia. “Acredito que devemos ter uma reação rápida diante da ofensiva do império, diante dos interesses que tratam de frustrar os processos de mudança e de transformação estrutural, a transição até um horizonte socialista”, disse o senador boliviano.

Na ocasião, a conferência tratou da soberania política e econômica, na descolonização, nos tratados internacionais sobre direitos humanos e na espionagem. Foram desenhados 6 pontos de luta internacional contra o imperialismo, que, entre outras coisas, rejeitam a dependência política, econômica e cultural dos países latino-americanos.

“Temos a necessidade de denunciar esta presença imperial que está colocando obstáculos à consolidação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e nossa concepção integracionista, nossa concepção essencialmente de unidade e luta entre o nosso povo”, afirmou Mendonza.

Em entrevista ao Vermelho, o senador boliviano ressaltou a importância da integração latino-americana e comemorou os avanços de seu país neste sentido. “Temos um grande avanço para a entrada no Mercosul, podemos dizer que a Bolívia segue com passo firme depois da entrada da Venezuela”.