Brasil será um dos principais produtores de petróleo até 2035

A descoberta de novos recursos fósseis deve fazer com que o Brasil e os Estados Unidos apareçam como alguns dos principais atores do mercado de energia internacional, segundo levantamento anual elaborado pela Agência Internacional de Energia (AIE). Projeção elaborada recentemente pela entidade diz que o Brasil pode responder por um terço do aumento da produção global de petróleo até 2035, mas a previsão só vai se confirmar com investimentos e desenvolvimento tecnológico.

A estimativa mostra que a produção nacional, de aproximadamente 2 milhões de barris por dia, pode chegar a 6 milhões de barris por dia em 2035 por conta das descobertas realizadas, principalmente em mar aberto. A AIE também projeta mudanças no mercado nacional de gás – para a entidade, a produção "vai mais que quintuplicar" e será suficiente para atender toda a demanda até 2030.

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A entidade também aproveitou os prognósticos para lembrar da necessidade de investimento no setor. Segundo o relatório, denominado World Energy Outlook 2013, o aumento na produção vai depender do desenvolvimento "altamente complexo e de capital intensivo" em águas profundas, que exigem um patamar de capitalização acima dos necessários na Rússia ou no Oriente Médio. "Atender a demanda requer um substancial e necessário investimento no setor energético com uma média anual de US$ 90 bilhões", prevê a AIE.

O relatório da entidade pontua que uma parte importante do investimento na exploração de combustível no Brasil terá de vir da Petrobras, uma vez que sua atuação no desenvolvimento das áreas estratégicas aumenta sua responsabilidade na execução de seu programa de investimentos. Um exemplo disso foi visto no recente leilão do campo de Libra, em que a estatal era sócia obrigatória na formação de consórcios, com 40% de participação no grupo vencedor da disputa realizada em outubro.

Quanto à produção global, estima-se uma redução em mais de 40 milhões de barris diários (mbd) até 2035, e a parte do petróleo convencional no consumo será reduzida a 65 milhões de barris diários, contra os 70 milhões registrados atualmente. Entretanto, a instituição diz que não haverá crise energética no futuro, tanto por conta do Brasil como pelos Estados Unidos, em decorrência da descoberta de novos poços e jazidas offshore de petróleo no Brasil, e pelo desenvolvimento de hidrocarbonetos não convencionais nos Estados Unidos – que podem fazer com que o país tenha sua independência energética em torno de 2035, além da vantagem competitiva por conta dos preços muito baixos.

No caso do preço do combustível, os valores devem seguir em alta. A AIE estima um valor médio de US$ 128 em 2035, contra os US$ 100 praticados atualmente, e o peso da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que atualmente fornece 35% da produção mundial, vai se reduzir nos próximos dez anos.

Fonte: Jornal GGN