Palestina vota pela primeira vez na Assembleia Geral da ONU

Às vésperas de completar um ano de reconhecimento do seu Estado “observador não membro” na Assembleia Geral das Nações Unidas, a Palestina vota pela primeira vez neste órgão, nesta segunda-feira (18), na eleição de um juiz que comporá o Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia. E na sexta-feira (15), o Comitê Especial Político e de Descolonização da Assembleia Geral adotou oito novas resoluções sobre as reivindicações palestinas.

Palestina - ONU

O embaixador palestino para a Organização das Nações Unidas (ONU) qualificou de “histórico” o momento do sufrágio. A Palestina foi finalmente reconhecida, após algumas tentativas, como Estado observador não membro da ONU em 29 de novembro do ano passado, graças ao respaldo de uma maioria ampla (138 países entre os 193 membros da Assembleia).

“Estejam atentos a este momento, na segunda-feira, às 10h00, quando pela primeira vez em sua história, a Palestina exercer o seu voto”, disse o diplomata na sexta-feira (15), horas depois de oficializar os vínculos diplomáticos do seu país com a Bolívia.

A Assembleia Geral escolhe um juiz entre seis candidatos ao Tribunal Penal Internacional da antiga Iugoslávia, órgão “ad hoc” (constituído depois dos eventos que pretende julgar) da ONU, criado pelo Conselho de Segurança em 1993, para o julgamento dos suspeitos de cometer crimes de guerra durante o conflito armado nos Bálcãs, no começo da década de 1990.

Sobre os recentes acontecimentos vinculados à Palestina, Mansour destacou que o Estado está se inserindo gradualmente na comunidade internacional como tal.

Em particular, Mansour destacou à agência cubana de noticias, Prensa Latina, as relações diplomáticas com cerca de 100 países, aos que se somou a Bolívia depois de a assinatura de um comunicado conjunto na sede da ONU, em Nova York.

As reivindicações pela institucionalização e oficialização de um Estado independente e soberano para a Palestina têm se intensificado gradualmente, com uma ascensão significativa no número de países que já reconhecem a Palestina como tal.

Entretanto, as negociações com Israel (retomadas em julho com a mediação ineficaz dos Estados Unidos) estão em um impasse crítico, enquanto o regime sionista e neocolonial continua ocupando terras palestinas, com a construção contínua de colônias, e impedindo a formalização de um acordo decisivo que acabe com a ocupação e a opressão dos territórios palestinos.

Neste sentido, o Comitê Especial Político e de Descolonização adotou oito novas resoluções sobre as reivindicações dos palestinos na sexta-feira (15). De acordo com o portal Middle East Monitor, as propostas foram aprovadas com o voto de uma grande maioria, apesar do previsível voto contrário de Israel.

As resoluções cobrem o trabalho da Agência das Nações Unidas para a Assistência e os Trabalhos para Refugiados Palestinos no Oriente Médio (UNRWA) e uma intenção de criação de um comitê para a investigação de "práticas israelenses que afetam os direitos humanos do povo palestino e outros árabes nos Territórios Ocupados".

Além de Israel, representantes dos Camarões, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Panamá também votaram contra as resoluções, com abstenções da Micronésia, Palau, Vanuatu e Sudão do Sul.

Com agências,
Da redação do Vermelho