Antes nenhum acordo a outro interino, diz diplomata palestino

Membro da equipe negociadora da Autoridade Palestina (AP), Muhammad Shtayeh disse que os palestinos não estão dispostos a aceitar um acordo interino como resultado das conversações com Israel. Em reunião, nesta segunda-feira (11), com o ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Didier Reyners, em Ramallah (Cisjordânia), Stayeh afirmou que acredita ser melhor não chegarem a um acordo do que a mais um mau acordo com os israelenses.

Muhammad Shtayeh. - Maan

Segundo notícia da agência palestina Wafa, o diplomata palestino disse ao chanceler belga que a AP não está buscando a extensão de um período interino, ou qualquer outro acordo interino.

As negociações com Israel, retomadas em julho, devem resultar em um acordo abrangente e final, postergado há décadas, através de processos intermináveis e mediações falhas, insuficientes na pressão contra as políticas israelenses de ocupação dos territórios palestinos.

Shtayeh saudou o anúncio das diretrizes da União Europeia para a restrição dos acordos com instituições baseadas ou ligadas a outras estabelecidas nas colônias judias nos territórios palestinos, embora a medida já tenha se revelado burlável, inclusive pela própria organização regional.

Ainda assim, o diplomata palestino classificou as diretrizes como “o passo mais importante tomado para apoiar a paz justa na Palestina”.

Além disso, Stayeh disse que, enquanto os palestinos estão completamente dedicados ao processo de paz, Israel está definitivamente menos comprometido.

“Ao insistir na construção de colônias na Palestina, o governo de Israel está mostrando aos palestinos, aos israelenses e ao resto da comunidade internacional que não está interessado em alcançar um acordo de paz”, reforçou.

“Eles não mostram seriedade e passam a mensagem de que Israel está usando as negociações apenas como ferramenta para evitar a pressão internacional, enquanto no terreno, dá continuidade aos seus planos de colonização, ao invés dos planos de paz”.

O diplomata palestino disse que, na ausência de vontade política do lado israelense para levar a sério as negociações, “acreditamos que é melhor não alcançar qualquer acordo do que alcançar um ruim, ou seja, um acordo baseado nas ambições coloniais de Israel, e não nos princípios e aceitos internacionalmente, ou no direito internacional”.

Com informações da Wafa,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho