Registros de estupro na Bahia superam média nacional
A situação da mulher em relação à violência sexual está cada vez mais delicada na Bahia. Na noite da terça-feira (27/11), uma adolescente de 17 anos foi vítima de um estupro coletivo, que envolveu 11 homens, em Salvador. A vítima, que não teve identidade divulgada, está internada no Hospital Geral do Estado (HGE) com hematomas pelo corpo e em estado de choque, segundo a polícia.
Publicado 28/11/2013 10:31 | Editado 04/03/2020 16:16
A ação aconteceu em uma rua do bairro de Pernambués, onde a adolescente tinha ido se encontrar com uma amiga. No local, ela foi abordada por um homem armado que a levou para um local afastado e, junto com outros 10 comparsas, praticaram a violência sexual contra a adolescente.
O caso chama atenção para o aumento desse tipo de crime na Bahia. Segundo levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado recentemente, em 2012, o índice de estupro cresceu 20,8%. O número é maior do que a média nacional, que obteve aumento de 18,17% dos casos. No ano passado, o Estado registrou 2.511 estupros. Já em 2011, foram 2.068.
De acordo com a integrante da UBM (União Brasileira de Mulheres), Daniele Costa, a notícia do estupro da jovem é recebida com grande tristeza, pois mais uma mulher é vítima de violência sexual em Salvador. “É um dos tipos mais cruéis de agressão física e psíquica à mulher, porque a subjuga a medieval condição de obrigá-la, pelo uso da força, a ser o objeto a satisfazer os desejos sexuais opressivos do homem.”
Daniele Costa informa ainda que é necessário ser firme a convicção dos setores organizados do movimento social que o combate a sociedade capitalista e aos seus valores patriarcais são os compromissos fundamentais para que situações como esta acabem.
“Nós precisamos exigir o empenho da Justiça brasileira no rigor à punição destes criminosos e o apoio da sociedade civil e do Estado Brasileiro às vítimas. Nós sabemos que, infelizmente, ainda existem situações que a vítima é acusada de ser a principal provocadora de tal crime bárbaro, isso revela o quão é sexista a sociedade que não respeita o direito da mulher”, finaliza.
De Salvador,
Ana Emília Ribeiro / Erikson Walla