Violência contra a mulher já matou 1.800 na América Latina

O Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher foi marcado por um índice alarmente. De acordo com dados da ONU (Organização das Nações Unidas), este ano morreram na América Latina, pelo menos, 1.800 mulheres, vítimas da violência de gênero. Diante do quadro, a ONU pediu que todos os governo combatam esse crime com vontade política e aumento dos recursos para prevenção, atenção e erradicação, além da punição adequada dos agressores.

Apesar de o Brasil, assim como o México, não ter entrado na conta, pois não tem números tão atualizados, são muitas as vítimas. E a Bahia está entre os primeiros estados onde mais se matam mulheres. Para Rosa de Souza, da Secretaria da Mulher do PCdoB, isso significa que, apesar da Lei Maria da Penha, que completou sete anos, ainda são necessárias muitas políticas públicas que garantam os direitos e a segurança da mulher brasileira. “A lei Maria da Penha é um mecanismo que permite à mulher dar uma resposta ao agressor. Mas, a sociedade ainda não entendeu o que esta significa”.

Além das condições de atendimento e assistência serem precários, a impunidade é um dos principais e mais graves fatores que promove este tipo de violência. “Vivemos em um país de cultura machista, que permite ao homem achar que a mulher é sua propriedade e que, portanto, ele pode fazer o que quiser com ela. Agredir, xingar, bater e até matar. Não aceitam sermos livres e decidirmos sobre o nosso corpo”, alerta Rosa.

De acordo com a secretária da Mulher, as pessoas não podem ficar só assistindo esses números crescerem, de braços cruzados. “Temos que avançar e promover uma luta conjunta, de homens e mulheres, para transformar esta realidade. Temos que conscientizar as pessoas e não podemos abrir mão de denunciar”. Para isso, Rosa conclama a todos os movimentos sociais para travar esta batalha e construir políticas públicas sérias e que sejam cumpridas.

Com o exemplo da ONU, Rosa alerta ainda que é preciso um melhor serviço do Estado para combater a prática, no atendimento nas delegacias, implantação de novos centros de referência, melhorias das condições de trabalho nas delegacias especializadas. “A mulher vítima precisa se sentir segura para ter coragem e conseguir tomar as medidas necessárias”.

De Salvador,
Maiana Brito