Estudo do IBGE aponta que maternidade afasta jovens dos estudos

A maternidade na juventude ainda afasta muitas mulheres dos estudos e as impede de ter uma vida econômica independente. Na última sexta-feira (29/12), o IBGE divulgou a Síntese dos Indicadores Sociais 2013, que mostra que 20% dos jovens entre 15 e 29 anos não trabalham nem estudam. Destes, 70,3% são mulheres, sendo que grande parte delas tem pelo menos um filho: 30% na faixa entre 15 e 17 anos, 51,6% entre 18 e 24 e 74,1% nas que tem entre 25 a 29 anos de idade.

A principal fonte de informações da Síntese é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2012. Também foram utilizadas outras pesquisas do IBGE, além de fontes externas. A publicação completa está disponível na página do instituto (www.ibge.gov.br). No estudo, são abordados seis temas: Aspectos demográficos; Famílias e domicílios; Educação; Trabalho; Padrão de vida e distribuição de renda; e Saúde.

A Síntese dos Indicadores Sociais mostrou que, em 2012, 9,6 milhões de jovens não frequentavam escola e não trabalhavam na semana de referência. Desses jovens, 70,3% eram mulheres e 58,4% delas tinham pelo menos um filho. No grupo de 15 a 17 anos, a proporção dos jovens que não estudavam nem trabalhavam foi de 9,4%. Essa incidência foi de 23,4% entre aqueles com 18 a 24 anos, e de 21,3% na faixa de 25 e 29 anos.

Entre as pessoas de 15 a 17 anos de idade que não frequentavam escola e não trabalhavam, 56,7% não tinham ensino fundamental completo. Entre os de 18 a 24 anos, somente 47,4% dos que não trabalhavam e não estudavam tinham completado o ensino médio. Das pessoas de 25 a 29 anos, 51,5% tinham até ensino médio incompleto, 39,2% tinham ensino médio completo e apenas 9,3% tinham ensino superior incompleto ou completo.

Ao mesmo tempo, a pesquisa mostra que cresceu de 28% para 38% a proporção de mulheres como pessoa de referência dos arranjos familiares. No caso dos núcleos formados por casal sem filhos, passou de 6,1% para 18,9%; nos casais com filhos, de 4,6 % para 19,4%.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro
Com agências