Governo sírio anuncia avanços e discute conferência internacional
O presidente Bashar Al-Assad deve estar envolvido nas negociações internacionais a serem conduzidas na Conferência de Genebra 2, promovida diretamente pela Rússia e pelos Estados Unidos, de acordo com governo. Enquanto isso, o Exército avança no combate aos paramilitares, e denunciam, nesta segunda-feira (2), a descoberta de um grande arsenal de fabricação israelense. Ainda, 1.800 sírios receberam um indulto presidencial após abandonarem o Exército e retornam ao posto.
Publicado 02/12/2013 10:51
Em declarações dadas neste domingo (1º/12), citadas pela emissora persa HispanTV, o vice-ministro das Relações Exteriores, Faisal al-Meqdad disse que “a delegação síria em Genebra trabalhará a partir das diretivas do presidente Assad, e qualquer solução proposta precisará ser validada” por ele.
O vice-chanceler criticou governos estrangeiros que exigiram a demissão do presidente, insistindo que Assad “representa a soberania e a unidade da Síria”, cuja população decidirá sobre o futuro político do país nas eleições previstas para 2014. Assad foi eleito diretamente para dois mandatos consecutivos de sete anos, conforme a Constituição síria.
Al-Meqdad destacou que a delegação síria assistirá à conferência internacional “sem ingerências estrangeiras (…) e prevê um governo ampliado”. Além disso, advertiu que seu país opõe-se à presença de grupos autores de atos terroristas nos diálogos, pois não negociará com aqueles que massacram a população civil do país.
A Conferência Internacional de Paz “Genebra 2” resultou de um acordo promovido pela Rússia com os Estados Unidos, e recebe amplo respaldo global, inclusive de atores regionais como Arábia Saudita, que tem influência direta no conflito, assim como os EUA, no apoio aos paramilitares contra o governo sírio.
A reunião deve ocorrer no próximo 22 de janeiro, data acertada após meses de tentativas frustradas pela negativa dos grupos armados a negociar.
Arsenal israelense e avanço do Exército
Enquanto isso, no terreno, o Exército sírio afirma ter confiscado uma grande quantidade de armas de fabricação israelense, durante as suas últimas operações contra grupos extremistas vinculados à rede Al-Qaeda.
Uma fonte militar informou, no domingo, à agência síria de noticias Sana, que o armamento israelense (inclusive mísseis) foi encontrado na cidade central de Tadmor, na província de Homs.
Nos arredores da capital síria, Damasco, as forças do governo destruíram a sede de um dos grupos armados que operam no país. Nos últimos dias, as tropas de segurança conseguiram avanços consideráveis contra as posições dos paramilitares.
Nos últimos dias, na área estratégica de Al-Qalamun, no oeste, as tropas do Exército entraram em combate com vários militantes sauditas, e muitos acabaram mortos.
No sábado, o vice-chanceler sírio informou que o regime israelense e o saudita tinham estabelecido um novo comando conjunto na Jordânia, para supervisionar as operações dos grupos armados na Síria.
Segundo o assessor da Defesa británica, IHS Jane’s, cerca de 100 mil insurgentes, divididos em mil grupos diferentes estão lutando na Síria contra o governo e o povo. A análise também indica que um grande número de extremistas de outros países estão implicados na guerra.
Indulto presidencial e volta à defesa
Mais de 1.800 cidadãos sírios que tinham abandonado o Exército compareceram ante as autoridades do país para receber o indulto presidencial, e manifestaram a disposição a retomar os postos para o combate aos paramilitares.
O indulto decretado pelo presidente Assad facilita o retorno dos militares aos seus cargos, depois de abolir as penas por delitos como a fuga, de acordo com a agência Sana, em reportagem desta segunda.
De acordo com a notícia, alguns destes soldados expressaram abertamente a disposição para a reincorporação ao Exército, para defender o país dos ataques dos paramilitares e da ingerência estrangeira.
No final de novembro, dezenas de pessoas entregaram-se às autoridades da província de Idlib, no noroeste da Síria, para receberem o indulto, e afirmaram que tinham sido obrigados a abandonar os postos depois de serem sequestrados e receberem ameaças dos grupos armados.
Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho