Senadores dos EUA pressionam por mais sanções contra o Irã

Senadores estadunidenses anunciaram que seguirão adiante com um novo pacote de sanções contra o Irã, caso o acordo logrado recentemente, no contexto das negociações sobre o seu programa nuclear, não se converta em um acordo definitivo. O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, o democrata Robert Menéndez, instou os líderes da casa a impor mais sanções como se tratasse de uma “apólice de seguros” nos próximos seis meses, período definido para o acordo nuclear.

Senador dos EUA - Jerry McCrea/The Star-Ledger

As negociações do Irã com o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia, membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e a Alemanha) finalmente resultaram num acordo interino, anunciado na semana passada.

Entre os pontos principais, o Irã comprometeu-se a reduzir o enriquecimento de urânio (de 20 a 5%) e a permitir mais acesso às suas instalações nucleares pelos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Em troca, o Ocidente aliviará as graves sanções que impõe ao país persa, assentadas na alegação sobre um objetivo bélico para o programa nuclear iraniano. No caso dos EUA, esta política de coerção é mantida desde 1979, quando o povo persa saiu às ruas e derrubou um regime autocrático monárquico apoiado pelo governo norte-americano.

O alívio das sanções é uma peça central no acordo alcançado, no contexto de um avanço diplomático crucial. Representa, ainda, o único compromisso mais importante feito pelo Ocidente no contexto das negociações. A pressão contínua pela ampliação ou renovação desta medida pode ser um fator desestabilizador que prejudicará o progresso das negociações.

O líder dos republicanos no Comitê de Assuntos Exteriores do Senado, Bob Corker disse que estava “muito desanimado”, já que “enquanto eles [os iranianos] podem enriquecer [urânio], parece que nós estamos violando nossas próprias normas”, ou seja, a da imposição de sanções.

O governo persa tem reiterado o seu direito a um programa nuclear pacífico, de fins energéticos e para a medicina, como membro da AIEA e signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, pelo qual nega um objetivo bélico para o programa.

Apesar do empenho na diplomacia, o Irã não abdicará do seu programa nuclear e fará frente à política de sanções, que visam especialmente o seu setor financeiro, petrolífero e automobilístico, congela bens no exterior e impede, ou dificulta a viagem de líderes e empresários persas.

Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho