Irã negocia sobre programa nuclear e denuncia ameaça israelense
Nesta segunda-feira (2), o representante do Irã na Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), Kazem Qaribabadi disse que “a negativa do regime israelense em assinar os tratados que proíbem a fabricação das armas de destruição em massa provocam a preocupação" dos países do Oriente Médio". Em negociações internacionais, o Irã deve definir nos próximos dias a suspensão do enriquecimento de urânio acima dos 5%, segundo informações desta terça (3) emitidas pela chancelaria persa.
Publicado 03/12/2013 12:13

Durante a 18ª Conferência dos Membros da Opaq na cidade holandesa de Haia, iniciada nesta segunda, Qaribabadi exigiu que a organização exercesse todo o tipo de pressão para que Tel-Aviv adira à Convenção sobre Armas Químicas (CWC, na sigla em inglês).
O diplomata disse que o Irã rechaça firmemente este tipo de armas e as considera um grande desafio para a paz e a segurança no mundo. A posse de armas químicas, biológicas e nucleares por Israel tem sido ressaltada recentemente no contexto de uma desestabilização regional e da promoção de discursos agressivos do regime israelense, sobretudo contra o Irã e a Síria, atualmente.
Segundo estimativas de renomados centros de pesquisa sobre conflitos e armamentos, Israel possui centenas ogivas nucleares.
De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisas sobre a Paz de Estocolmo (Sipri), importante fonte de análises e estimativas para pesquisadores internacionais, o número de ogivas no arsenal israelense é 80, mas a definição é impedida pela falta de permissão israelense ao acesso de inspetores internacionais.
Histórico de agressão e não cooperação
Mesmo que seja membro da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Israel não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), e limita a sua participação na agência a temas de “cooperação tecnológica” no setor energético, por exemplo, impedindo o acesso dos inspetores da agência a instalações nucleares que podem abrigar a sua produção de armas nucleares.
Ainda assim, o governo israelense lança discursos agressivos frequentes contra o Irã e seu programa nuclear, que alega ter objetivos bélicos com o fim de atacar e “destruir” Israel.
Entretanto, as negociações diplomáticas do Irã com o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China, como membros do Conselho de Segurança, e Alemanha) e com a AIEA têm resultado em alguma pressão contra a posição israelense, ainda que insuficiente.
As denúncias sobre ataques químicos realizados pelas forças israelenses também são abundantes. Entre eles, recursos como o fósforo branco e o tungstênio foram identificados nas agressões contra o Líbano e contra os palestinos, sobretudo na Faixa de Gaza. Relatórios internacionais que comprovavam estes crimes de guerra, entretanto, foram ignorados.
Acordo sobre programa nuclear
No contexto das suas negociações com o G5+1 e a AIEA, o Irã deve discutir, no próximo fim de semana, em Viena (Áustria), a suspensão do enriquecimento de urânio em nível superior a 5%, que o Ocidente afirma servir para a fabricação de armas nucleares.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Marzieh Afkhamm, informou que o encontro dos dias 8 e 9 de dezembro servirá para preparar a implementação das medidas necessárias ao cumprimento do Acordo de Genebra, firmado no fim de novembro entre o G5+1 e o governo persa.
A suspensão das atividades tem por objetivo demonstrar um avanço iraniano no contexto do controle do programa nuclear do país. O acordo, válido por seis meses, prevê especificamente a suspensão do enriquecimento de urânio em mais de 5%, a suspensão da construção do reator de água pesada de Arak – que poderá produzir plutônio –, o aumento das inspeções internacionais às instalações nucleares e a interrupção das atividades das usinas de Natans e Fordow, ambas no centro do país.
O Irã reivindica a interrompção das graves sanções impostas contra o país. Os Estados Unidos e seus aliados devem aliviar os bloqueios de fornecimento de petróleo, ouro, petroquímicos, peças automotivas e de aeronaves civis. Além disso, estima-se que US$ 7 bilhões (RS 16,4 bilhões) dos recursos iranianos congelados no exterior devem ser liberados.
Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho