Audiência debate denúncia sobre morte de Anísio Teixeira

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realiza audiência pública na quinta-feira (05/12), às 9h30, no Plenário 10, para discutir as denúncias sobre a morte do educador Anísio Teixeira durante a ditadura militar, personagem central da história da luta pela educação pública no Brasil desde a década de 1920.

Foram convidados para a audiência pública a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário; o ministro do STJ, Gilson Dipp; o reitor da universidade Federal de Brasília (UnB), Ivan Marques de Toledo Camargo; o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, José Carlos Dias; o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Augusto Lima Rocha; e o filho de Anísio Teixeira, Carlos Antônio Teixeira.

Anísio Teixeira foi secretário da Educação da Bahia e do antigo Distrito Federal, reformando seus sistemas de ensinos; conselheiro da Unesco; secretário-geral da Capes (então Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior); diretor do Inep (então Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos); fundador de várias instituições públicas de ensino superior, entre as quais a UnB, tendo sido seu reitor entre junho de 1963 e abril de 1964, quando houve o golpe militar.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), que pediu a audiência, lembra que a Comissão de Memória e Verdade da Universidade de Brasília decidiu investigar as suspeitas que sempre cercaram a morte de Teixeira, ocorrida em 1971. O corpo dele foi achado em um elevador na Avenida Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Apesar do laudo de morte acidental, expediente comum na época, sempre houve a suspeita de que fora vítima das forças de repressão no governo do general Emílio Garrastazu Médici.

De acordo com a nova versão levada à Comissão da Verdade da UnB, diz a Alice Portugal, Anísio Teixeira teria sido assassinado por agentes do Estado, após ser sequestrado e levado para uma unidade da Aeronáutica, quando se dirigia à casa de Aurélio Buarque de Holanda. Teixeira teria sofrido tortura, apresentando vários ossos quebrados, traumatismo na cabeça e no ombro, em decorrência de pancadas com um objeto de forma cilíndrica, possivelmente feito de madeira.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro
Com informações da Câmara Notícias